Visões do Management 3.0: como energizar pessoas e empoderar times

Já pensou em energizar pessoas e empoderar times? Pode parecer até um mantra, mas é exatamente sobre essa visão do Management 3.0, que potencializa as equipes de trabalho, que quero discutir hoje. Ambas fazem parte do Management 3.0 ou Gestão 3.0, que trata sobre pensar a gestão sobre pessoas e suas relações, não sobre departamentos e faturamentos. Vamos aprender mais sobre o assunto? Minha jornada com gestão de pessoas Em abril de 2021, iniciei uma série de artigos onde descrevi o conceito de Gestão 3.0, mas me vi apavorada em continuar a escrever sobre esse assunto por não possuir certificações dos frameworks do Management 3.0. Encarei o medo, internalizei meus conhecimentos práticos, apliquei o pilar Vai que dá, confia! e retomei a série! O vídeo do empresário Richard Branson sobre como escolher talentos também me fez repensar que talvez eu não tenha uma vasta biblioteca de citações, mas tenha o que mais causa impacto: a prática. A fala de Branson me fez perceber que estou no caminho para uma gestão que visa melhorar o sistema. O empresário nos mostra que uma empresa é um grupo de pessoas que trabalham juntas e que, para tal, precisam estar felizes e serem lideradas por alguém feliz, que ama pessoas, que se importa com elas e que busca o seu melhor. As visões da gestão No meu primeiro artigo sobre Management 3.0, eu comentei sobre Martie, um monstrinho verde com seis olhos que representam as visões da gestão ideal, criado por Jugen Appelo. São elas: Neste artigo, falaremos um pouco sobre as duas primeiras visões! Conheça o Management 3.0 O objetivo do Management 3.0 é redefinir a gestão como responsabilidade do grupo, gerindo o sistema e não as pessoas. Mudando os formatos antigos de gestão, que eram baseados em comando e controle, mantendo sigilosas informações relevantes para a equipe e ocasionalmente ouvindo as sugestões do time. Na gestão 3.0, energizar e empoderar o grupo são dois dos meios que engajam o time na gestão. Tipos de motivação Jugen Appelo descreve os conceitos das motivações extrínseca e intrínseca. A motivação extrínseca normalmente é impulsionada por formatos que atendem nossas necessidades básicas, tais como salários, bônus, etc. Vale ressaltar que tudo que envolve autoestima também é motivação externa, portanto tome cuidado se isso for seu motor propulsor para fazer algo. Já a motivação intrínseca está ligada a propósitos, o que te torna feliz, o que te faz sair da cama todas as manhãs e é isso que a liderança precisa conhecer e estimular no grupo. Atuar sabendo disso ajudará a proporcionar um ambiente e resultados melhores. Energizando e Empoderando seu time Energizar pessoas Ao longo dos meus 20 anos de carreira, atuei em diversos papéis, mas todos eles exigiram uma habilidade em comum: ouvir as pessoas de forma genuína e ajudá-las a encontrar o que as impulsiona. Depois de saber o que cada membro da equipe tem como inspiração, tento converter isso para o time todo. Em equipes com menor abertura para tal, a aplicação do framework Moving Motivators, de Jugen Appelo, ajuda a ter uma visão melhor de como atuar e aprender como tornar as pessoas mais felizes com suas atuações. Confira mais informações no site. O livro Comece pelo Porquê, de Simon Sinek, sugere que comecemos pelo nosso “Porquê”, não pelo o “Que” ou “Como”, pois as pessoas aderem ao “Por que” você faz algo e não ao “Que” você faz, isso torna a causa mais real e coerente. Logicamente, lideranças baseadas em manipulação funcionam por algum tempo, mas elas não engajam as pessoas envolvidas e muito menos fazem com que permaneçam em momentos não tão bons, portanto inspire sua equipe. Quer um resumo? Assista ao TED Talk: How great leaders inspire action de Simon Sinek. Outra prática fundamental é criar conexões, mostrando que somos seres humanos, cometemos erros (e, mais do que isso, os reconhecemos), temos dias bons e outros não tão bons, ou seja, é importante se expôr. Conforme livro de Brené Brown, a “A coragem de ser imperfeito”, ser vulnerável não é ser fraco, pelo contrário, é externalizar suas inseguranças apesar do receio do julgamento. E, mais do que isso, permitir que a equipe faça o mesmo, sem retaliações. Empoderar times Empoderar os times é envolver as pessoas na tomada de decisões, além de proporcionar autonomia para que decidam alguns assuntos sem a necessidade de envolver a liderança. Pode parecer simples, mas a autonomia exige responsabilidade e, infelizmente, nem todo mundo possui maturidade para tal. Contudo, quando o time entende a motivação, se sente inspirado e tem confiança, o comprometimento ocorre de forma orgânica. Management 3.0 instiga que a gestão precisa ser do grupo e não de uma única pessoa, portanto envolva sua equipe, faça-os entender que são parte de algo maior e que, sem o time, os resultados não existiriam. Conclusão Os recursos tangíveis são fundamentais para a nossa sobrevivência, mas não são eles que mantêm uma unidade. Estratégias de gestão que exploram incertezas, receios ou desejos criam apenas estresse e dúvida. Portanto, precisamos de algo maior, que nos direcione e nos engaje, o propósito é isso, é a nossa bússola para a tomada de decisões. As visões energizar e empoderar pessoas nos ajudam na gestão baseada na motivação intrínseca (o nosso Porquê). Elas se misturam em vários momentos. As ações citadas anteriormente energizam, mas também empoderam, porque alguém só se sentirá seguro para propor suas ideias, se perceber que está em um ambiente favorável para isso. Lembre-se: confiança não se pede, se conquista. Já adota a Gestão 3.0? Então conte para a gente nos comentários suas dicas e experiências. Nos próximos artigos, vamos explorar mais duas das seis visões do Management 3.0. Nos vemos lá! Referências Appelo, Jurgen. Management 3.0: Leading Agile Developers, Developing Agile Leaders. Addison-Wesley Professional, 2010. Branson, Richard. Choosing the Best Talent. YouTube, 2021. Disponível em: Brown, Brené. A coragem de ser imperfeito. Editora Sextante, 2016. Martins, Joyce. Management 3.0: Conheça o contexto e o time. 2021 Sinek, Simon. How great leaders inspire action. TED,
Composability: uma nova forma de criar produtos e serviços

Em poucas palavras, “composability” significa “composição” em uma tradução livre. Na prática, adotar o composability significa escolhas. Permite que você crie produtos e serviços que atendam às suas necessidades e criam caminhos para atender a expectativa de que serão integrados a outros produtos e serviços. Neste artigo, vamos te apresentar uma definição de composability, como incentivar a conscientização da mudança de comportamentos e quais os caminhos para embarcar nesse novo pensamento. Definição de Composability Buscando uma definição, se pesquisarmos no Google pelo termo “composability”, vamos encontrar várias definições, entretanto todas trazem algo em comum, que está bem descrito na sentença abaixo: “Composability is a term that encompasses mindset, technology, and processes that enable organizations to innovate and adapt rapidly to changing business needs. It can be imagined as lego blocks that can be arranged, rearranged, and discarded as necessary” De forma livre, pode ser traduzido como: “Composição é um termo que engloba a mentalidade, a tecnologia e os processos que permitem às organizações inovarem e adaptarem rapidamente perante às necessidades causadas por mudanças no mercado. Você pode imaginar como blocos de lego, que podem ser dispostos, rearranjados e descartados conforme necessário.” Nosso incentivo é que sempre pesquisem, comparem e criem suas próprias opiniões sobre o tema, sempre adaptadas às suas realidades. Conscientizar O verbo “awareness” ou conscientizar, em português, se refere ao ato de se tornar consciente, ou seja, de obter informação, de ter conhecimento sobre algo ou de transmiti-lo para outra pessoa. Podemos dividir esse conceito em três formas: Enfim, a ideia é mudar comportamentos para obter novos horizontes de como encarar problemas e soluções com outras perspectivas. Vamos analisar cada uma das formas citadas mais detalhadamente: 1. Composable Thinking Devemos incentivar a ideia de que “qualquer coisa é composable”. Esse pensamento permite uma maneira mais flexível e responsiva de atender às necessidades de clientes em rápida mudança. Nesse momento, você deve considerar: Para te ajudar, separei algumas perguntas cruciais para se ter em mente durante esse processo: 2. Composable Technology Aqui existe a busca pelo fornecimento de agilidade e flexibilidade em tempo real diante das incertezas, incentivando a reutilização, conectividade e transparência, permeando princípios por todos os componentes das soluções. Preste atenção nas sugestões que devem ser consideradas: 3. Composable Business O composable business se manifestará de diferentes maneiras, com base na dinâmica de como vamos levar nossa estratégia de negócios e na natureza das indústrias que vamos alcançar com os nossos produtos e serviços, através de uma arquitetura de negócio flexível. O que você deve considerar antes de tudo: Caminhos Cada iniciativa vai estar em diferentes estágios e os caminhos, ou pathways, são diferentes, mas devemos atacar de forma orquestrada e potencializar a velocidade de arranque. E surfar a onda da melhor forma possível: Quer saber mais sobre o tema? Então assista a live que realizamos no TDC “Composability in a nutshell”: Conclusão Com toda essa base de conhecimento e informações, você tem um primeiro passo rumo aos negócios com responsabilidade. Não quer perder nenhum dos nossos conteúdos sobre esse assunto? Então inscreva-se na nossa newsletter agora mesmo! Aproveite e continue navegando pelo nosso blog para conhecer mais sobre gestão de negócios. Esperamos seu comentário sobre o artigo abaixo!
Consensus 2022: surpreendente, futurista e cheio de tendências

Se tem uma área que tem evoluído como nunca quando falamos de tecnologia é o setor financeiro. Por isso, para ficar atualizado nas tendências e novidades do setor, fomos ao Consensus 2022, o maior evento de Crypto do planeta. Neste artigo trazemos alguns destaques sobre o Consensus 2022. Vale dizer que estávamos em 5, um time misto entre profissionais do Itaú e da Zup: Acabamos nos separando para cobrir o maior número de eventos que aconteciam simultaneamente em diferentes pontos no centro de convenções e em suas imediações. Portanto, considerem essa contribuição como sendo apenas uma parte (Daniel Lugondi e Rafael Rossignol) de um apanhado muito maior. Tá, mas o que é o Consensus 2022? Considerado o maior evento de Crypto do planeta, o Consensus 2022 foi realizado entre os dias 09 a 12 de junho, em Austin, nos Estados Unidos. Ele é realizado pela CoinDesk – plataforma integrada para mídia, eventos, dados e índices para a próxima geração de investimentos e o futuro do dinheiro. Desde 2015 o evento tem sido o ponto de encontro para as pessoas comprometidas com a descentralização do mundo a partir de tópicos como, por exemplo, finanças, investimentos, NFTs, Finanças Descentralizadas (DeFi), regulamentação, Web3 e o Metaverso, além de seu efeito de amplo alcance no comércio, cultura e comunidades. A Consensus engloba todos os eventos organizados pela própria comunidade: parceiros, empresas, projetos, organizações autônomas descentralizadas (DAOs) e muito mais. O que achamos do Consensus 2022? O evento foi esplendoroso, muito bem organizado e que, ao nosso ver, possuía uma orientação mais direta, orientada a negócios, do que os meios para a realização das ideias, de modelos de negócios e o que deveria ser perseguido. Workshops mais técnicos foram realizados à parte para um público específico, mas não havia muitas opções. As únicas coisas técnicas eram deep dives de 2 horas em blockchains específicas (Ethereum, Bitcoin e [cole aqui o nome daquele blockchain hipster que você conheceu ontem] for dummies). Desta forma, no geral, o que vimos foi muito mais uma expansão dos horizontes de ideias para além do que percebemos hoje e mais, enfaticamente, para um futuro promissor que poderemos ter ao explorar certos tipos de soluções, obviamente, se estabelecendo prós, contras e trade-offs em geral. O Consensus 2022 em detalhes A seguir alguns destaques dos conteúdos que assistimos no Consensus 2022. Decentralized autonomous organizations (DAO) Decentralized autonomous organization (DAO), ou Organização autônoma descentralizada, em português, é um conceito muito interessante. Comunidades online gerenciadas por administradores ou entidades únicas são coisas do passado. DAOs são organizadas e administradas pela sua comunidade de usuários. Assim, quem participa tem liberdade para propor e votar em mudanças. Nisso, há formatos em que há decisões automatizadas por códigos de computador e muitos usos em filantropia. Acesse a seguir as anotações do Daniel com mais detalhes e fotos / prints das apresentações: Crypto No Consensus 2022 tivemos várias palestras e painéis para falar de Crypto. Tanto abordando o poder de comunidades e empoderamento de clientes, como focando na importância de medidas de proteção aos consumidores. Quando falamos de comunidades, ouvimos que Crypto combina identidade, conteúdo, influência e dinheiro em um único espaço. Agora, quando falamos de regulamentação e segurança, ouvimos que precisamos criar um Framework que sustente que inovações possam surgir a partir de produtos financeiros (mas também no mundo das artes e da música), sem suprimir a criatividade e que proteja os consumidores. Inclusive, existem várias questões relacionadas à coleta de dados em aberto ainda. O blockchain poderia privilegiar e dar a posse real da identidade e desses dados, porém, deixa brechas para quem quer ficar anônimo e ao mesmo tempo fazer algum tipo de mal. Acesse a seguir as anotações do Daniel com mais detalhes e fotos / prints das apresentações: NFT Hoje em dia há muitos debates sobre os non-fungible token (tokens não fungíveis) ou apenas NFT. Por isso, esse tema não podia faltar no Consensus 2022. Algumas palestras tinham um tom otimista para o futuro, falando da oportunidade dos NFTs de empoderar e melhor remunerar criadores de conteúdo e artistas. Já outras trouxeram passo a passo para começar no mundo dos NFTs. Acesse a seguir as anotações do Daniel com mais detalhes e fotos / prints das apresentações: Metaverso E é claro que o metaverso não podia ficar de fora do Consensus 2022.Nas palestras entendemos o que é metaverso, definições e potências. Ouvimos que: o metaverso é sobre a possibilidade de expandir a imaginação e ter um ambiente muito mais rico, colaborativo e compartilhável. Acesse a seguir as anotações do Daniel com mais detalhes e fotos / prints das apresentações: Quer saber mais sobre o metaverso? Então ouça nosso episódio especial do Zupcast sobre o tema: Palmas para Brett King Meu (Daniel) destaque no Consensus 2022 foi a apresentação final feita pelo Brett King. Inclusive, vale seguir o cara, (ainda não indico os livros, mas andei comprando… aheuaheuahe) aqui o site oficial do Brett King. Essa apresentação teve um fit enorme com tudo que vimos ao longo da jornada, uma visão futurista e o potencial para se lidar com um futuro incerto tanto sobre meio ambiente e sustentabilidade (como escassez de comida), como a necessidade da adoção de novas tecnologias para suprir essas demandas. Brett falou sobre créditos de água limpa, floresta, energia renovável, etc.. Estarem numa rede descentralizada, será que o futuro será assim? Sem dinheiro? Terminamos a Consensus 2022 pensando na vida. Tipos de pessoas que frequentam o Consensus Ao participar do Consensus 2022 foi possível perceber que esse evento foi frequentado por 5 perfis de pessoas. A seguir, vamos explicar esses perfis usando o conceito de personas. 1 – Libertários É muito difícil cair no mundo cripto sem entrar um pouco na questão política e filosófica de como o mundo deveria funciona. Afinal troca de dinheiro é troca de valor, e o valor das coisas tem relação direta com como as pessoas se relacionam e é melhor eu parar aqui, senão vou cair em discussões profundas sobre economia. Vamos voltar aos
9 perguntas para construir uma carreira em dados na Zup

Se você chegou até aqui, sabe que a carreira em dados está em alta nos últimos anos. Para se ter ideia, de acordo com o LinkedIn, os cargos de ciência e engenharia de dados estão no top 10 dos mais procurados em 2022. Com a alta demanda de profissionais, o tema gera curiosidade e até motiva transições de carreira. Por isso, preparamos um conteúdo especial para você saber mais sobre como funciona o dia a dia de quem atua nessa área tão promissora. Fizemos 9 perguntas sobre a carreira em dados para 9 profissionais de dados na Zup, com cargos de Data Analytics, Data Scientist, Data Engineer, Data Governance e Tech Lead Data Engineer. As respostas estão aqui para você saber mais sobre como é a carreira em dados, o que fazem, o que é preciso saber para trabalhar na área e como é a experiência na Zup, além de algumas dicas especiais. Tudo pronto para entendermos mais sobre a carreira em dados? Então vamos lá! Antes de avançar precisamos entender um pouco mais sobre a Carreira em Dados O time que trabalha com dados é muito próximo e, na prática, utilizam muitas ferramentas em comum para desenvolverem o seu trabalho. A diferença é a forma que cada cargo vai utilizar a sua expertise e os dados para cumprir seus objetivos. Por exemplo, o time de dados utiliza muito ferramentas como a linguagem Python, Pandas e Spark. Entretanto, a pessoa engenheira de dados cria fluxo de dados, analistas entendem as informações para gerar valor e cientistas criam modelos para prever algum evento ou recomendar alguma ação estudando esses dados. Isto é, cada pessoa desenvolve um papel trabalhando com dados com fins diferentes. Além disso, é possível migrar entre essas funções a partir da curva de aprendizado necessária para cada cargo do time. Agora vamos para as perguntas e respostas! 1 – Pode definir a função do seu cargo? Data Analytics: Sou a pessoa que cria produtos e análises capazes de produzir insights, gerando valor e auxiliando na tomada de decisão a partir de dados, que, de primeira, não são tão compreensíveis. Na prática, crio indicadores, visualizações de dados, estudos e validação de hipóteses, além de inferências estatísticas com base em dados. Data Scientist: Faço análises e modelos preditivos, sou responsável em coletar, transformar e analisar dados, que ajudam a empresa a responder uma pergunta de negócio e atuar de forma preventiva. Isso envolve o uso de métodos científicos baseados em observação, compreensão dos dados e experimentação, com o objetivo de compreender o evento a ser estudado. Data Engineer: Trabalha em todo o fluxo de vida dos dados. Como a coleta, transformação e padronização; processamento de informações e entrega; além da criação da infraestrutura. Data Governance: Sou responsável por implementar e aplicar políticas e procedimentos que garantam que os dados sejam usados e mantidos adequadamente dentro de uma organização. Também trabalho com pessoas, processos e tecnologias com o objetivo de garantir visibilidade e boa qualidade da informação, assim como prover o acesso correto aos dados. Tech Lead Data Engineer: Lidero equipes de engenharia de dados. 2 – Quais são suas atividades do dia a dia? Data Analytics: Faço consultas SQL, elaboro dashboards de dados e trabalho com Python. Faço a extração de dados de diferentes fontes; aplico estatísticas nas análises; construo KPIs e métricas importantes para serem acompanhadas; e desenvolvo dashboards para facilitar a captação de insights. Escrevo consultas no banco de dados, falo constantemente com os times de negócio para entender regras, processos e dores. Data Scientist: Também faço consultas SQL e realizo análises de dados utilizando ferramentas estatísticas como Python/R. Mas uma das minhas principais atividades é contribuir para que os times de negócio tenham previsibilidade através de modelos de machine learning, análise de dados qualitativos/textuais (NLP) ou até mesmo análises baseadas em redes (Social Network Analysis). Data Engineer: Entendo a documentação de fornecedores de dados, escrevo códigos em Python para extração e tratamento, provisiono ambientes para a execução do código, e disponibilizo os dados tratados em alguma ferramenta de fácil consulta com as devidas permissões para cada pessoa usuária. Data Governance: Faço implementações de produtos para o próprio time e ações junto às atividades cotidianas, como discussões sobre padronização, qualidade e novas integrações; analiso e documento processos; acompanho e faço a gestão de acessos aos produtos de dados construídos pela equipe; e também faço constante alinhamento com Privacidade e Auditoria. Além disso, monitoro e mapeio acessos aos ambientes e produtos de dados; uso ferramentas e sistemas para garantir a qualidade, linhagem e catálogo dos dados; e coopero com outras áreas para padronizar a criação de novos produtos de dados, que atendem um nível satisfatório de segurança e mapeamento de acessos. Tech Lead Data Engineer: Além de uma versão diluída das responsabilidades padrão de uma pessoa engenheira de dados, também sou responsável por acompanhar a execução de tarefas pelo time, planejar as tarefas que serão desenvolvidas no futuro pelo time, organizar a tomada de decisões sobre soluções que serão desenvolvidas, e mediar relações com equipes fornecedoras de dados e consumidoras de dados. 3 – Quais são as principais ferramentas que você usa? Aqui não tem segredo, o time citou como a ferramenta principal o SQL, Structured Query Language ou Linguagem de Consulta Estruturada, e o Python, outra linguagem de programação. Alguns programas mais específicos citados para cada cargo foram: Data Analytics: Power BI, Google Data Studio e Excel. Data Scientist: Sistema Operacional (Linux), programação em Python, R e SQL, métodos estatísticos e preditivos. Data Engineer: Apache Airflow e Cloud AWS (S3, EC2, Lambda, Glue, Athena). Data Governance: Google Sheets e Jupyter Notebook. Tech Lead Data Engineer: IDEs para desenvolvimento; Jupyter Notebook e ferramentas de visualização de dados; terminal Linux e ferramentas de plataforma de sistema operacional de servidores; Docker e Spark. 4 – Quais os primeiros passos para quem quer começar na sua área? Data Analytics: Estudar muito sobre SQL e ter capacidade de construir dashboards e visualização de dados. Importante conhecer uma linguagem de programação e conhecer
Stack Overflow Survey 2022: o que aprendemos com a pesquisa

Vamos avaliar os resultados do Stack Overflow Survey 2022, pesquisa realizada com devs sobre suas preferências, para descobrir o que está em alta quando o tema é desenvolvimento e perfil de devs. Aqui você vai entender se seus hábitos como profissional de desenvolvimento estão na média e saber as tendências do mercado em comportamento e ferramentas. Você vai conferir isso e muito mais neste artigo, onde eu observo os principais dados da pesquisa Stack Overflow Survey 2022. O que é a Stack Overflow Survey 2022? Todo ano a Stack Overflow realiza uma pesquisa para entender melhor o perfil e as preferências de profissionais de desenvolvimento do mundo inteiro. A Stack Overflow Developer Survey é realizada desde 2011 e você pode acessar as edições anteriores para fazer comparativos. Falando na pesquisa deste ano, a Stack Overflow Survey 2022 recebeu mais de 70 mil respostas de 180 países. Você pode encontrar todos os resultados no site SO 2022 Developer Survey, em inglês. Um dado interessante é que o Brasil continua dentro dos 10 países mais representados, em sétima posição com 2109 respostas, correspondendo a 2,94% do total (era 2.7% em 2021). Então, que tal participar da pesquisa do ano que vem para termos dados cada vez mais próximos do nosso contexto? Resultados da Stack Overflow Survey 2022 Educação e perfil No ano passado, 60% das pessoas que responderam a pesquisa contaram que tinham aprendido a codificar a partir de recursos on-line. Neste ano, esse valor aumentou para 70%! Enquanto devs mais jovens estão aprendendo online, observamos que as pessoas com mais de 45 anos são mais propensas a aprender com livros. Um dado relevante também em relação ao perfil das pessoas desenvolvedoras que responderam é que 88% de devs profissionais codificam fora do trabalho, com 73% programando como hobby e 26% para projetos Open Source. É exatamente uma das linhas do DNA da Zup: #SomosNerds Tecnologias mais populares No ano passado, vimos o Git como uma ferramenta fundamental para ser uma pessoa desenvolvedora. Em 2022, parece que o Docker está roubando esse lugar e se tornando uma ferramenta essencial para devs profissionais, aumentando de 55% para 69% de preferência. Inclusive, as pessoas que aprendem a codificar são mais propensas a usar ferramentas 3D do que profissionais: Unity 3D (23% vs 8%) e Unreal Engine (9% vs 3%). Outros dados interessantes são: Dois gráficos das linguagens e ferramentas mais remuneradas representadas em dólares. Acesse o gráfico completo e interativo (em inglês). Observação: uma Colocation, ou colo, é uma instalação de Data Center na qual uma empresa pode alugar espaço para servidores e outros hardwares de computação. Normalmente, um colo fornece o edifício, refrigeração, energia, largura de banda e segurança física, enquanto servidores e armazenamento são fornecidos por clientes. As favoritas Entre as favoritas do público, a Rust está em seu sétimo ano como a linguagem mais amada, com 87% de devs afirmando que querem continuar usando. O Rust também está empatado com o Python como a tecnologia mais procurada, com o TypeScript sendo executado em segundo lugar e Go em terceiro lugar. Você concorda? Em relação às ferramentas, Docker e Kubernetes estão em primeiro e segundo lugar como as ferramentas mais amadas e desejadas. O desejo de começar a usar o Docker não parece estar diminuindo, pois a ferramenta aumentou de 30% para 37% este ano. Mercado de trabalho Nesta sessão, vamos entender as formas de contratação de profissionais de desenvolvimento. Para se ter ideia, 80% das pessoas estão empregadas em tempo integral, uma leve diminuição comparado ao ano passado, quando esse número era 81%. Mas, em contrapartida, pessoas desenvolvedoras freelancers ou autônomas cresceram significativamente no último ano, aumentando de 11,2% para 16,6%. Isso pode ser uma consequência do trabalho remoto e da procura de talentos em outros países, pois geralmente contratos internacionais seguem o regime PJ, e não CLT. Falando em trabalho remoto, 85% das pessoas que responderam a pesquisa dizem que suas organizações são pelo menos parcialmente remotas. As organizações menores são mais propensas a serem presenciais, com 20% das organizações de 2 a 19 pessoas funcionárias. Já as maiores, com mais de 10 mil pessoas colaboradoras, são híbridas. Produtividade Vamos falar de produtividade de devs? Confira o que foi respondido sobre o tema: Conclusão sobre a Stack Overflow Survey 2022 Por mais de uma década, a Stack Overflow Annual Developer Survey continua sendo a maior pesquisa sobre pessoas que codificam em todo o mundo. Lembrando que essa pesquisa está ainda sendo respondida pelo público da América do Norte e da Europa, que não representa exatamente nossa realidade aqui no Brasil. Este ano, observamos informações legais sobre as linguagens, ferramentas e atividades que estão moldando a arte e a prática de desenvolvimento de software atualmente. Esses dados são particularmente interessantes para quem está iniciando na área. Assim, é possível saber quais são as tecnologias e ferramentas mais usadas para focar no que será mais relevante em suas carreiras. Quer fazer um comparativo com o ano passado? Também publicamos uma avaliação da pesquisa de 2021 no blog! Gostou da pesquisa? Aproveite para comentar a sua opinião abaixo!
ISO 20022: conheça a padronização global que possibilitou a criação do PIX

Para quem ainda não conhece, o ISO 20022 é uma padronização global de intercâmbio eletrônico de dados, usada por sistemas de pagamentos em mais de 70 países. Neste artigo, vamos conhecer mais sobre o que é o ISO 20022, como funciona, os seus benefícios, o contexto no Brasil e quais mudanças vão surgir a partir dele. ISO e o padrão 20022 Para conhecer melhor como surgiu essa padronização, é importante apresentar a ISO, uma organização internacional não governamental independente, associada a 165 organismos de normalização nacionais. A organização reúne especialistas para compartilhar conhecimento e desenvolver normas internacionais de forma voluntária, baseadas no consenso e relevância para o mercado, fornecendo soluções para os desafios globais e incentivando a inovação. Já o ISO 20022 é um padrão global para intercâmbio eletrônico de dados entre instituições financeiras, com as seguintes características: Importante lembrar que as mensagens padrão ISO 20022 devem atender aos processos de negócios dos mercados financeiros e de capitais internacionais, não a requisitos específicos de sistemas ou infraestruturas proprietárias. Tudo para garantir que o padrão de comunicação atenda a todos os mercados, independentemente de suas particularidades, mesmo que possa ser utilizado por qualquer infraestrutura, rede de comunicação ou sistema de registro, compensação e / ou liquidação de operações financeiras. Para se ter ideia do impacto dessa padronização, estima-se que os bancos centrais de todas as principais moedas para pagamentos de alto valor e o sistema SWIFT planejam migrar para ISO 20022 dentro dos próximos 5 anos. Como funciona a estrutura do padrão Na prática, o padrão de mensagens ISO 20022 é estruturado em cinco diferentes domínios de negócios: Cada domínio apresenta diferentes áreas de negócio, formadas por um conjunto de mensagens e estruturadas de acordo com as operações a serem realizadas por meio da troca de mensagens padrão ISO 20022. Por exemplo, o domínio de Pagamentos é composto pelas áreas: Benefícios da adoção do ISO 20022 De acordo com especialistas do segmento financeiro, a ISO 20022 já é usada por sistemas de pagamento em mais de 70 países. É especulado que esse seja o padrão para transações de alto valor de todas as moedas de reserva, suportando 80% dos volumes globais e 87% do valor de todas as transações globais nos próximos anos. Muito além de ser apenas mais um padrão, trata-se de ter mais dados e qualidade, em uma cadeira de causa e consequência de vantagens relacionadas. Como exemplos de principais benefícios da ISO 20022 estão: Melhores dados A ISO 20022 permite dados melhor estruturados, mais ricos e detalhados para mensagens de pagamento. Pagamentos de qualidade Com a ISO 20022, a régua da qualidade só sobe. Afinal, dados de maior qualidade significam mais transparência e mais informações de remessa para clientes, que terão uma experiência melhor. Análises aprimoradas Menos intervenção manual ajuda na agilidade dos processos e na precisão de conformidade. Como consequência, as medidas de prevenção de fraudes são aprimoradas. Uma base para automação Um único padrão para todos os domínios e processos de negócios facilita a criação de novos serviços e o aperfeiçoamento do processamento direto. Adoção mundial Como comentado, o ISO 20022 está se tornando mais popular, com quase 200 iniciativas de infraestrutura de mercado implementando o padrão ou considerando adotá-lo no futuro. Contexto brasileiro No contexto do sistema financeiro do Brasil, esse padrão foi instituído em 2016. Para isso, um grupo de trabalho reuniu os principais representantes da indústria financeira, com o objetivo de analisar o catálogo de serviços do SFN (Sistema Financeiro Nacional) à luz do padrão ISO 20022. Os grupos de serviços englobados neste estudo foram: Além disso, também foi cumprido um passo importante com a execução de uma análise sobre os catálogos para a adoção do padrão ISO 20022 no SFN. As etapas desse processo foram mapear, por exemplo: Conclusão do estudo A conclusão sobre o estudo realizado foi que o padrão ISO 20022 atende as necessidades de troca de informações nos negócios existentes no mercado brasileiro, no que diz respeito às transferências de fundos do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), reconhecendo os benefícios da adoção do padrão. Também foram identificadas melhorias do modelo atual, como a redução do número de mensagens, possibilidades de unificação de domínios de informações, como também oportunidades de enriquecimento com outras informações nas mensagens trocadas. Esse estudo foi a base do uso das mensagens ISO 20022 aplicadas à infraestrutura centralizada de liquidação dos pagamentos instantâneos, operada pelo Banco Central do Brasil, denominada Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), ou seja, o PIX. Quer conhecer mais sobre a tecnologia de uma das maiores inovações dos meios de pagamentos no Brasil nos últimos tempos? Temos um episódio do Zupcast sobre tecnologias do PIX para você ouvir: O que ainda pode ser explorado? Inovação? Parcerias? Novos modelos de negócios e serviços? Presença de novos atores fora da indústria financeira? Essas são apenas provocações em meio a um turbilhão de mudanças que o Banco Central vem fazendo, que comentei mais neste artigo. O fato é que estamos vendo diversos segmentos da indústria descobrirem oportunidades para mais transparência e automação, além de novos serviços, alimentado por uma inteligência mais rica em dados. Podemos agrupar o que pode ser explorado no futuro de forma resumida da seguinte forma: Futuro do ISO 20022 Pensando no futuro, com o padrão sendo adotado pelas plataformas de pagamento globalmente, incluindo SWIFT, a mudança para ISO 20022 é inevitável. Em 2025, é esperado que quase todas as plataformas em tempo real, de alto valor ou internacional já utilizem o padrão ISO 20022. Para bancos e instituições financeiras, isso significa que a migração não é um “se”, mas um “quando”. É claro que como acontece em qualquer investimento em tecnologia, muitos bancos e instituições financeiras ainda estão tentando definir um caso de negócio atraente para justificar a transição. A resposta está em recursos aprimorados de dados e maior eficiência de processamento, ter mais informações, compartilhar e ter um modelo open data que possa ser utilizado com o único propósito de melhorar a vida das pessoas. Por isso, a ISO 20022
6 bibliotecas Android que você precisa conhecer

Na hora de realizar o desenvolvimento de um software em geral, é sempre bom contarmos com algo que nos ajude, para não precisar construir tudo do zero. As bibliotecas Android auxiliam muito nesse sentido! Até porque contamos com diversas bibliotecas que ajudam nas mais diversas funcionalidades que desejamos implementar, desde exibir imagens até fazer requisições para APIs. Aqui, iremos apresentar algumas e, o melhor, todas de código aberto, que você também pode ajudar a melhorar! Como nós na Zup somos nerds e também fazemos tecnologia, nada melhor do que ajudar a resolver o problema certo apoiando a comunidade. 1. Retrofit A primeira biblioteca Android que vamos falar é a Retrofit. Ela é desenvolvida e mantida pela Square Open Source e também pela comunidade, ou seja, a mesma tem seu código aberto e público no GitHub, onde todo mundo que desejar, pode ajudar e contribuir com a evolução da ferramenta. Para se ter ideia, ela conta atualmente com mais de 7 mil forks e mais de 39 mil estrelas no GitHub. Sendo assim, é considerada bem famosa e utilizada, inclusive outras diversas bibliotecas surgiram a partir dela. Como a Retrofit funciona? Ela abstrai e deixa mais simples as chamadas de API, trazendo métodos que facilitam as chamadas HTTP. Em sua documentação oficial é fornecido todos os passos para a sua implementação, de forma simples e rápida, com vários exemplos de código. Atualmente, a Retrofit é suportada a partir da SDK 21 do Android e do Java 8. Para mais detalhes da implementação, é só visitar a documentação oficial. 2. Fuel Não quer usar a Retrofit? Tudo bem! Existem diversas bibliotecas Android que nos auxiliam a fazer requisições a APIs, uma que tem ganhado bastante notoriedade é a Fuel. Desenvolvida e disponibilizada de maneira aberta no GitHub pelo desenvolvedor Kittinun Vantasin, ela conta atualmente com mais de 4 mil estrelas na plataforma e está quase chegando aos seus 400 forks. A Fuel conta com uma documentação no próprio repositório, ou seja, no readme, onde explica como inserir no seu projeto e a melhor forma de uso, sendo que você pode adaptar esses passos aos seus projetos. Uma curiosidade é que a mesma é feita em Kotlin, servindo tanto para uso no Kotlin como para o próprio Android, sendo baixada por meio do Maven ou do próprio Gradle. A Fuel, assim como o Retrofit, conta com alguns módulos de deserialização de dados. Para mais detalhes da implementação, é só visitar a documentação oficial. 3. Glide Para a manipulação de imagens no projeto Android, temos várias bibliotecas famosas e bastante usadas, como é o caso do Picasso, que também é mantido pela Square Open Source. Aqui falaremos mais sobre outra biblioteca, a Glide, mantida pela bumptech e pela comunidade, tendo também seu código aberto. Na prática, a Glide abstrai funções que auxiliam no gerenciamento e manipulação de imagens e mídias nas aplicações Android. Uma função bastante útil e importante que ela executa é o salvamento em cache das mídias para uma abertura mais rápida das mesmas nas demais aberturas das activities. Além disso, possui uma documentação bastante robusta e com muitos exemplos de implementação de código, o que ajuda quem deseja implementá-la. Para mais detalhes da implementação, é só visitar a documentação oficial. 4. Lottie A biblioteca mais famosa e usada para o processo de inserir animações SVG nos aplicativos Android (e também iOS) é chamada Lottie, desenvolvido e mantido pela Airbnb e comunidade, ou seja, tendo seu código open source e disponível no GitHub. Hoje, ele conta com um pouco mais de 5 mil forks e 32 mil estrelas no seu repositório do GitHub e é usado até mesmo por grandes players do mercado. O Lottie utiliza animações criadas no Adobe After Effects e exportadas para o tipo de arquivo JSON, que é lido e renderizado pela biblioteca. Nela, pode-se controlar o início e fim da animação, além de diversos outros atributos. Também é possível conseguir animações de forma gratuita ou paga em alguns sites, como o próprio LottieFiles, disponibilizado pela própria Airbnb. A biblioteca já está com compatibilidade para uso em projetos que se utilizam de jetpack compose na sua estrutura. Para facilitar, em sua documentação tem o passo a passo completo para a implementação. Para mais detalhes da implementação, é só visitar a documentação oficial. 5. Canarinho Para resolver problemas de validação e formatação de padrões brasileiros como CPF, CNPJ, boleto, CEP, telefone, entre outros, a Concrete desenvolveu e disponibilizou de maneira open source a biblioteca Canarinho. Sim, um nome dado para representar a brasilidade tanto na origem como no propósito da biblioteca. A Canarinho conta com uma gama de funções pré-existentes que auxiliam a pessoa desenvolvedora a, por exemplo, formatar um CPF ou o valor no padrão real de moeda. O projeto conta com uma documentação bem explicada no próprio readme. E atualmente está com 166 estrelas e 39 no seu repositório do GitHub. Para mais detalhes da implementação, é só visitar a documentação oficial. 6. Beagle Bom, não poderíamos falar em bibliotecas Android, e esquecer o nosso queridinho da casa, criado e disponibilizado de maneira open source pela Zup: o Beagle. O Beagle é uma biblioteca de Server-Driven UI, ou seja, essa biblioteca nos permite criar e alterar layouts diretamente em um BFF (back for front), e esses mesmos passam pelo motor do Beagle, que os transforma em componentes nativos para serem renderizados na tela. O Beagle atualmente é suportado a partir da versão 4.4 do Android e conta com uma documentação escrita e diversos vídeos no canal da Zup no Youtube explicando e ensinando o seu uso. Para mais detalhes da implementação, é só visitar a documentação oficial. Conclusão O universo de desenvolvimento Android é enorme e, combinamos, diversas tarefas seriam muito morosas e até chatas de se fazer. Dessa forma, essas bibliotecas citadas e outras mais servem como uma maneira de agilizar processos e auxiliar a pessoa desenvolvedora a focar em outras partes mais cruciais do desenvolvimento. Espero que o artigo tenha te ajudado de alguma
Como funciona o Single Source of Truth ou SSoT no fluxo de documentação

Quando pensamos na documentação de alguma informação, sempre imaginamos que esse processo seja organizado, centralizado e acessível. É aí que o Single Source of Truth ou SSoT aparece! Um bom exemplo para imaginar a atuação do SSoT é o trabalho de Technical Writers. Essa equipe precisa reunir informações dos times de engenharia para desenvolver documentações de software, ter uma base de conhecimento vai auxiliar muito nesse processo. Para conhecer mais sobre o tema, neste artigo, vamos apresentar o que é o Single Source of Truth e quais são seus principais benefícios no dia a dia de uma empresa que desenvolve produtos digitais. O que é Single Source of Truth (SSoT)? Single Source of Truth (SSoT) ou Fonte Única da Verdade é um termo utilizado para se referir ao conceito de gestão do conteúdo a partir de uma ferramenta única. Segundo esse conceito, então, todo o conteúdo (técnico e não técnico) de uma empresa deve ser centralizado em uma base de conhecimento. No dia a dia dos times de documentação, por exemplo, alguns dos maiores problemas enfrentados pelo time de Technical Writers (TWs) são: informações duplicadas, descentralizadas e desatualizadas, que geralmente são causadas pela ocorrência do fenômeno de silos organizacionais. Muitas vezes, isso resulta em frustração do público-alvo, em razão da dificuldade, ou até mesmo impossibilidade, de localizar a informação desejada. No entanto, isso não quer dizer que a aplicação do Single Source of Truth esteja restrita à utilização de uma única ferramenta para todas as documentações da empresa, até porque cada time e produto possuem peculiaridades e diferentes necessidades em relação à disponibilização do conteúdo. Então, esse conceito também pode dar origem aos chamados hubs de documentação. Os hubs nada mais são do que plataformas, através das quais o público-alvo é redirecionado ao conteúdo que procura. A ideia, portanto, é criar um ponto de centralização de conhecimento que sirva como referência, para garantir que todo mundo tenha acesso às mesmas informações. Esse conceito é um dos pilares da metodologia de DocOps, vamos conhecer mais sobre ela! O que é DocOps? O conceito de DocOps (Documentation Operations) ou Operações de Documentação surgiu da metodologia DevOps e seu objetivo é o mesmo de seu precursor. No entanto, o DocOps é voltado ao desenvolvimento de documentação, e não de software. As práticas de DocOps estão diretamente ligadas à infraestrutura do processo de documentar e visam a adoção de um conjunto de práticas de automatização e integração desse processo, de modo a tornar o conteúdo escalável e sustentável. Isso significa que durante a atividade de documentar são adotadas práticas e ferramentas voltadas ao ciclo de vida da documentação, com foco em garantir que todo o público-alvo tenha acesso ao mesmo conteúdo, e que ele esteja sempre atualizado. Para que a aplicação dessa metodologia funcione corretamente, é imprescindível que haja colaboração de todo o time envolvido no desenvolvimento do produto, principalmente quando se tratar de times grandes e multidisciplinares. O time de Technical Writing é responsável pela adoção de boas práticas e por garantir a qualidade da documentação, enquanto o time de engenharia deve trazer os detalhes técnicos do conteúdo a ser documentado. As etapas desse processo estão ilustradas no diagrama abaixo: Exemplo do dia a dia Digamos que uma determinada empresa disponibilize suas APIs em uma plataforma voltada ao público-alvo, nesse caso, pessoas desenvolvedoras. Dentre as APIs disponibilizadas, uma delas possui diversas versões, sem uma indicação clara de qual é a mais recente. Além disso, não há uma sessão de release notes na documentação, ou seja, não há o detalhamento do histórico de atualizações. Essa situação gera dúvidas durante a utilização daquela API, pois não se sabe se a versão utilizada é a mais recente. Isso viola os requisitos mínimos de uma documentação de qualidade: fácil de usar, fácil de entender e fácil de encontrar. Por isso é imprescindível que o processo de atualização de um produto envolva também a disponibilização de release notes (que fazem parte da documentação técnica). Esse processo pode ser realizado manualmente ou de forma automatizada, o que importa é garantir que todo mundo tenha acesso ao mesmo conteúdo e que ele não gere dúvidas durante a utilização do produto. Nesse sentido, enquanto o SSoT preza pela usabilidade da documentação, o DocOps tem o papel operacional de garantir que os procedimentos adotados sejam eficientes para que o objetivo seja alcançado. Vantagens do Single Source of Truth A adoção das boas práticas do SSoT é essencial para a usabilidade do produto, mas os benefícios também se refletem diretamente para os times e a empresa como um todo. Os principais benefícios são: Evitar perda de conhecimento Definir o local exato onde as informações devem ser documentadas evita que o conhecimento seja perdido, duplicado, descentralizado e adulterado. Com isso, o risco de se perder aquela informação, ou aquele conhecimento, é mitigado. Facilitar a localização de informações Uma vez que se define onde cada tipo de informação deve ser documentada, a localização de conteúdo se torna intuitiva. Engajar melhor os públicos Com uma navegação mais intuitiva, o público que consome a documentação fica mais engajado a continuar consumindo e contribuindo para a evolução do conteúdo e, consequentemente, do produto em si. Ou seja, isso faz com que a documentação alcance seu objetivo: facilitar a vida do público-alvo, e não dificultar. Diminuir custos Cada plataforma possui um custo de manutenção. Centralizando a informação, é possível diminuir o número de plataformas utilizadas e o custo suportado pela empresa para a manutenção de várias ferramentas. Com esses benefícios em mente, não há dúvidas de que o SSoT pode, realmente, virar a chave de um projeto no tópico de documentação. Basta a coragem e a iniciativa de iniciar a implementação, que os resultados certamente farão todo o trabalho valer a pena. Implementação no projeto Em um primeiro momento as dores devem ser mapeadas por nível de prioridade, que deve ser definido pelo time de TWs, em conjunto com a liderança do projeto. Com essa definição, a ferramenta de centralização é escolhida e a documentação passa a ser centralizada. O SSoT é um modelo para funcionar a longo prazo. Isso significa que os primeiros resultados após a implementação devem surgir
CDD e legibilidade do código: essa relação garante melhorias?

A relação entre CDD e legibilidade de código é um assunto rico quando se trata da compreensão de linhas de código. Afinal, usar CDD garante melhorias de legibilidade ou não? É essa questão que buscamos responder neste conteúdo. Lembrando que este blog post é o resumo do artigo científico publicado na trilha de pesquisa da conferência ACM/IEEE International Symposium on Empirical Software Engineering and Measurement (ESEM), em 2022. O texto completo do artigo, em inglês, está disponível aqui. O que é esse tal de CDD? Cognitive-Driven Development (CDD) é uma técnica de design de código que visa reduzir o esforço cognitivo que devs empregam na compreensão de uma determinada unidade de código, por exemplo, uma classe. A ideia que CDD defende é que deve existir um limite no tamanho das unidades de código, mas esse limite deve ser definido de forma disciplinada. CDD tem suas raízes em duas teorias psicológicas bem conhecidas: a Teoria do Número Mágico Sete e a Teoria da Carga Cognitiva (CLT). Conheça um pouco mais sobre elas: Quando se fala do processo de desenvolvimento de software, pode não ser uma surpresa que um grande número de construções de código possam dificultar a compreensão de um programa. Quem nunca precisou ler várias e várias vezes um método com vários if alinhados e um ou dois fors para compreender o objetivo de um método? Quanto maior o número de construções de código concentradas na mesma unidade de código, maior tende a ser o esforço para compreendê-la. Tudo tem limite, CDD também O CDD tem como objetivo limitar a quantidade de elementos de código que podem aumentar a sua complexidade. Para isso, pessoas que usam a abordagem do CDD precisam definir os “pontos de complexidade intrínseca”, do inglês, Intrinsic Complexity Points ou ICP, do código. ICPs são elementos de código que podem afetar o entendimento das pessoas desenvolvedoras, de acordo com sua frequência de uso. Exemplos de ICPs são: Isoladamente, estes elementos de código podem não embaraçar o entendimento de um trecho. No entanto, se usados com frequência em uma mesma unidade de código, eles potencialmente podem dificultar o seu entendimento. É importante notar que o CDD é uma abstração, ela apenas fornece mecanismos para que devs decidam o que deve ser limitado. Pessoas desenvolvedoras precisam antes de tudo decidir quais são os ICPs e quantos podem ser tolerados. E essa não é necessariamente uma tarefa simples. Por exemplo, quantas declarações de ifs devem existir em uma determinada unidade de código? Como várias pessoas estão envolvidas na criação de um produto de software, o limite de complexidade deve ser definido de forma colaborativa, levando em consideração o grau de especialização de devs do time e a natureza do projeto. Estudo sobre CDD e legibilidade Embora evidências iniciais indiquem que a prática de CDD possa facilitar a manutenção do software, uma vez que o código fonte criado usando as premissas do CDD utiliza menos elementos de código, pouco se sabe se o código que foi desenvolvido usando o mecanismo também tem melhor legibilidade. Para entender até que ponto a utilização de CDD pode melhorar a legibilidade de um código fonte, conduziu-se um estudo empírico com o objetivo de avaliar a legibilidade de trechos de código que foram conduzidos utilizando CDD como prática de desenvolvimento de software. Primeiros passos O estudo foi primariamente baseado em um questionário que foi respondido por 133 devs profissionais, sendo 73 zuppers. Nesse questionário, apresentamos 10 pares de trechos de código, como ilustrado na figura abaixo. Nessa figura, o trecho de código à esquerda representa um trecho de código original, extraído de um projeto Java existente. Por outro lado, o trecho de código à direita representa o mesmo trecho de código, mas refatorado utilizando as diretrizes do CDD. Para encontrar estes 10 pares de código, utilizamos como base um outro estudo sobre CDD. Nele, 18 zuppers realizaram refatorações – utilizando as diretrizes do CDD – em alguns projetos de código aberto bem conhecidos, como o feign, por exemplo. Esse conjunto de refatorações originadas nesse outro estudo foi analisado e filtrado por três pessoas pesquisadoras, no fim, apenas 10 pares foram selecionados. Para selecionar esses pares, levou-se em consideração critérios como: Os 10 pares foram então apresentados para devs profissionais, que deveriam apenas indicar qual trecho era mais legível. Após indicar o trecho mais legível, a pessoa também deveria apresentar seu raciocínio. Esse questionário foi divulgado internamente na Zup, mas também em redes sociais como Twitter e LinkedIn. Os resultados Será que um código desenvolvido com CDD tem melhor legibilidade de código? De maneira geral, nós observamos que 7 das 10 refatorações de código guiadas com CDD foram mais positivamente avaliadas do que os trechos de código originais. Em dois casos, não foi possível decidir quais trechos de código eram mais legíveis. Por fim, somente um trecho de código original foi considerado mais legível do que sua versão refatorada utilizando CDD. A seguir exemplificamos cada um desses casos. Encapsulando tratadores de exceção Neste exemplo, o código original tinha um bloco try-catch que tratava a exceção SendFailedException. A versão CDD deste código extraiu a responsabilidade pelo tratamento da exceção e moveu o bloco try-catch para um novo método chamado sendMessageToAdvisor, como pode ser visto a seguir. Versão original Versão refatorada usando CDD Observamos uma semelhança notável nas votações: 66 participantes preferiram o código original, enquanto 66 preferiram a versão refatorada usando CDD. Ao analisar os comentários das pessoas que participaram, notamos que devs que favoreceram o código original têm um certo hábito com esta prática de codificação. Como foi argumentado por uma pessoa: “registrar com try-catch é tão comum que eu nem precisei ler o código para entender o propósito”. Outra mencionou que: “há mais visibilidade das ações realizadas no código, o que está sendo executado é mais explícito”. Por outro lado, participantes que favoreceram a versão refatorada usando CDD indicaram que o código refatorado é próximo do inglês, como mencionou uma pessoa: “o código é mais curto e com uma linguagem mais próxima da natural”. Também