Cultura ágil: as abordagens mais utilizadas no mercado

Neste artigo você vai ver:

À medida que a transformação digital avança, principalmente com a aceleração causada pela pandemia, a necessidade de adaptação à mudança constante, aperfeiçoamento e expansão dos canais de distribuição de produtos digitais, vem exigindo cada vez mais a aplicação e o aperfeiçoamento das empresas com um objetivo: a busca pela cultura ágil.

Além disso, quando o tema é agilidade, surgem várias opções de frameworks, métodos e práticas e o desafio passa a ser como escolher e implementá-los de maneira a gerar valor para o negócio.

Nesse conteúdo sobre cultura ágil, eu vou te mostrar tudo sobre os métodos, frames e práticas que podem ajudar sua organização a ser mais ágil. Tudo pronto? Então continue lendo!

Cenário da cultura ágil no mercado

Mas que agilidade é essa que tanto buscamos? Em um mercado digital, exponencial e com a pessoa consumidora no centro, gerou-se a necessidade das companhias se adaptarem o tempo todo. Em primeiro lugar, as empresas precisam melhorar seus produtos e identificar oportunidades de negócio cada vez mais rápido, buscando fazer parte da jornada de quem consome.

Contudo, empresas fundamentadas nos princípios de cultura ágil, conseguem ser mais dinâmicas, estando dispostas a pivotar sua estratégia de negócio e entregar valor rápido. Dessa forma, essas empresas roubaram a cena na última década e incomodaram as tradicionais Enterprises, demonstrando a efetividade dos métodos ágeis.

É bom deixar claro que não existe fórmula mágica, bala de prata ou uma receita de bolo. É importante conhecer em detalhes cada uma das abordagens ágeis e como elas se relacionam para entender qual se adapta melhor para a sua necessidade de negócio, por exemplo. 

4 abordagens para habilitar a cultura ágil

A seguir, apresento um pouco das abordagens mais populares do mercado e como eles podem se conectar nesse ecossistema da agilidade. Vamos conhecer essas abordagens ágeis:

  • Lean Thinking (Pensamento enxuto)
  • Kanban
  • Scrum
  • eXtreme Programming

1 – Lean Thinking

O Lean Thinking ou Pensamento Enxuto, foi criado pelo engenheiro Taiichi Ohno e utilizado no sistema Toyota de produção. Esse método ágil busca privilegiar o valor agregado ao produto e eliminar os desperdícios da produção. No entanto, isso tudo vem a partir de ciclos de melhoria contínua (Kaizen) e respeito às pessoas, conforme seus cinco princípios básicos.

É fundamental para o pensamento enxuto identificar o que agrega valor para a pessoa consumidora final. Entende-se como “valor” características e funcionalidades de um produto ou serviço voltados para a procura de quem está consumindo.  

Dessa forma, outro princípio é identificar o “fluxo de valor” e eliminar atividades que não geram valor para a pessoa consumidora, ou seja, quais etapas são de fato necessárias na produção deste produto, desde a matéria prima até a distribuição.

Após a adequação do fluxo é necessário garantir um ritmo sustentável na operação, sem interrupções ou filas. Em outras palavras, essa é a etapa mais difícil de ser aplicada do Lean Thinking. 

O fluxo contínuo garante redução no tempo em que o valor é entregue para quem consome. Assim, isso habilita o quarto princípio que é o “fluxo puxado”, onde praticamente o trabalho é sob demanda, sem a necessidade de grandes estoques.

O último princípio é a perfeição, que consiste no mecanismo de aprimoramento contínuo do processo, das pessoas, da tecnologia, dos materiais etc. Porém, é importante que cada pessoa envolvida no fluxo participe ativamente do processo de melhoria contínua.

2 – Kanban

Antes de mais nada, vale ressaltar que o termo kanban, de origem japonesa, significa “cartão de sinalização”. Se recebeu esse nome pela utilização destes cartões (post-its) para destacar no fluxo de valor a posição das tarefas. 

Por outro lado, não podemos confundir a metodologia Kanban com o quadro kanban de uma das ferramentas utilizadas para visualização do fluxo. 

O sistema Kanban foi criado pela Toyota na década de 60 e adaptado por David J Anderson para desenvolvimento de software. Ele é um conjunto de práticas para o gerenciamento do trabalho de conhecimento, em que sua característica principal é privilegiar o fluxo, de forma a garantir consistência e fluidez com o mínimo de estoque.

Destacamos como as práticas do sistema Kanban, por exemplo: o próprio quadro kanban já citado, limitação de trabalho em progresso (WIP), prioridade nas tarefas em andamento, e a melhoria contínua.

Muitas vezes os times recorrem a essa metodologia em contextos que  não é possível prever o escopo completo e precisam reagir conforme o surgimento das demandas. Por exemplo atividades de suporte que não podem ficar esperando um próximo ciclo: o Kanban também tem práticas, regras e cerimônias.

Quer conhecer mais sobre o que é kanban, suas práticas e cerimônias? Então o artigo “Kanban: tudo o que você precisa saber” é para você!

3- Scrum

O Scrum é um framework desenvolvido e mantido pelos signatários do Manifesto Ágil, Ken Schwaber e Jeff Sutherland. Ele tem o propósito de desenvolver e manter produtos complexos e adaptativos, sendo uma ferramenta altamente prescritiva, em que é recomendado seguir à risca suas definições para que se obtenha sucesso no projeto.

É importante dizer que o Scrum é fundamentado em três pilares: 

  1. a transparência em que deve haver uma linguagem comum entre todos os envolvidos no projeto de forma que, basta verificar e a pessoa vai entender o que está acontecendo; 
  2. a inspeção frequente e ativa de artefatos e progresso; 
  3. a adaptação. 

Como resultado da inspeção, é esperado que realizem ajustes constantemente evitando desvios maiores.

O Scrum é conhecido por:

  • Seus papéis;
  • Seus eventos;
  • Seus artefatos;
  • Suas regras.

Todavia, detalhamos cada um desses tópicos no artigo “Scrum: entenda os conceitos e como aplicar a metodologia”. 

4 – eXtreme Programming (XP)

O eXtreme Programming (XP) foi um dos métodos ágeis pioneiros quando falamos de agilidade. Ele foi adotado em um primeiro projeto em 1996 e seu livro foi publicado em 1999 por Kent Beck. Como o seu nome já diz, o eXtreme Programming busca elevar algumas práticas de programação a níveis extremos.

Por meio de técnicas de engenharia de software a XP, busca elevar o valor entregue através da qualidade do software e evitar desperdícios por mudança de requisitos através de curtos ciclos de feedback.

Dessa forma, a metodologia está estruturada em valores, princípios, atividades e regras, e nos fornece um conjunto de doze práticas:

  1. Programação em pares;
  2. Jogo de planejamento;
  3. Desenvolvimento orientado a testes;
  4. Toda a equipe;
  5. Integração contínua;
  6. Refatoração de código e design;
  7. Pequenos lançamentos;
  8. Propriedade de código coletivo;
  9. Design simples;
  10. Ritmo sustentável;
  11. Padrões de codificação;
  12. Metáfora do sistema.

Agilidade em escala

Em contrapartida, o Manifesto Ágil inspirou a criação de ferramentas para aplicação da agilidade em escala, destinadas a grandes corporações com uma significativa quantidade de times. Muitas vezes cada equipe acaba tendo uma elevada quantidade de pessoas, agravando a complexidade da execução da agilidade.

Dessa forma, recomendo um episódio do Zup Open Talks que conta como como a criação do manifesto ágil influenciou o ambiente e os processos de desenvolvimento de software. Assista! 

Destaco aqui quatro das principais metodologias de agilidade em escala:

  1. Scrum-of-scrums é uma forma de conectar equipes que precisam trabalhar juntas para realizarem uma entrega de valor complexa.
  2. Nexus semelhante ao anterior, em que conecta várias equipes em torno de um mesmo Product Backlog. 
  3. SAFe é um grande framework focado na agilidade do negócio, destacando práticas de gestão de programas e portfólio.
  4. Flight Levels tem uma abordagem parecida ao sistema Kanban, porém para o gerenciamento de portfólio em diferentes camadas de gestão.

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Porém, como essas abordagens se relacionam?

Em primeiro lugar, o Lean Thinking é uma filosofia que rege as startups e muitas outras empresas o têm buscado. Por outro lado, o Kanban, Scrum, XP, entre outras, são ferramentas. Ao observar atentamente, todas compartilham da mesma filosofia e dão vida aos princípios Lean.

A proposta do Kanban é centrada na cadeia de valor e do fluxo puxado, já o Scrum traz uma ênfase mais pautada nos curtos ciclos de feedback e adaptação, e o XP foca nas práticas de engenharia. Porém, buscam o resultado de agregar valor a quem consome e reduzir desperdícios.

Kanban e Scrum são julgados por muitas pessoas como concorrentes, mas isso não é uma verdade, já que devem ser considerados o contexto ao qual são aplicados. Com certeza, haverá situações em que uma ferramenta é mais indicada que a outra e até mesmo em que o indicado é a utilização das duas em conjunto – sim, isso é possível! 

Por exemplo, quando consideramos tratar o fluxo de valor dos nossos itens no Kanban e, em uma ou mais etapas do fluxo, utilizar o Scrum para gerenciar o trabalho dentro destas etapas e ainda o time de engenharia por adotar práticas do XP. 

Quer saber mais sobre Kanban X Scrum? Então o artigo “Scrum e Kanban: entenda as diferenças e qual escolher” é para você! 

Concluindo com a certeza de ganho em produtividade e comunicação

Os métodos ágeis, apesar da constante e acelerada evolução, ainda mantêm o Lean Thinking no centro como filosofia. Dessa forma,  o Kanban, Scrum e XP vêm sendo utilizados em larga escala no mercado para o gerenciamento de entregas de software. 

Essas ferramentas se adaptam muito bem em cenários complexos e incertos. No entanto, a escolha sobre a ferramenta ideal acaba dependendo do contexto do produto, dentro da organização. 

Porém,  times com menos experiência ou novos são beneficiados pelo Scrum, principalmente pelo fato de adotar Sprints “time-boxed” e o seu escopo não poder ser alterado. Quanto às práticas do XP podem ser bem empregados em ambos os cenários.

E aí, quais abordagens da cultura ágil você utiliza no seu dia a dia? Compartilhe sua experiência aqui nos comentários!

Homem branco, com cabelos pretos, barba e com uma camisa gola polo preta de frente para um quadro cheio de post-its coloridos, colocados na superfície que representam a cultura ágil.
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Em busca de um mundo menos mecânico e mais humano, transformando ambientes em um lugar melhor para se trabalhar através de inovação.

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