10 perguntas sobre Staff Plus Engineer quando o assunto é evolução da carreira técnica

Neste artigo você vai ver:

É inegável que o assunto de evolução técnica ganhou muita importância ao longo do tempo, principalmente, uma vez que a tecnologia passou de coadjuvante para a protagonista em praticamente todas as organizações. No primeiro artigo sobre o tema, explicamos a motivação, afinal, por quê precisamos de um Staff Plus Engineer? Já nesse segundo artigo iremos um pouco mais a fundo para responder as perguntas sobre Staff Plus Engineer mais frequentes.

Como é um assunto muito novo é sempre importante salientar que não existe uma regra ou lei definida. Isso quer dizer que muitos desses pontos podem variar de acordo com cada empresa. De modo que, existirão divergências entre as visões apresentadas neste artigo. 

Quer dar uma lida no primeiro artigo antes de avançar? Então leia aqui Staff-Plus Engineer: evolução da carreira técnica após sênior.

1. Qual é a diferença entre Contribuidor Individual, Staff Engineer e liderança técnica?

Contribuidor Individual, ICs, são profissionais que trabalham com um time ou uma organização, porém, não atuam na gestão. Ou seja, influenciam um time e uma organização, no entanto, não tem a “responsabilidade oficial para isso”.

Esse contribuidor, no geral, exerce uma grande atividade de integração e comunicação cross-times e não ilhado como o nome acaba sugerindo. 

Para reduzir esse mal entendido o termo “liderança técnica” vem sendo utilizado. A ideia é deixar claro que esse contribuidor não trabalha sozinho, tem responsabilidade estratégicas e a comunicação faz parte do seu papel.

O Staff Engineer é o termo criado para lidar com as lideranças técnicas na carreira de engenharia de software. Já o Staff Plus se refere a todos os cargos posteriores ao Staff, porém, o sentido não muda. Além do conhecimento especializado também trabalhará com comunicação e influência impactando times e/ou organizações.

2. Quero me aprofundar no tema, como faço?

Um bom começo é ler os dois livros publicados até o momento sobre o assunto:

Staff Engineer: Leadership beyond the management track: O primeiro deles é o mais famoso. O Will Larson realizou várias conversas em seu podcast e com base nisso consolidou um livro bem interessante. Esse seria um bom primeiro livro para entender o porquê do Staff, além dos seus conceitos iniciais.

The Staff Engineer’s Path: O mais recente livro da área escrito pela Tanya Reilly e endossado pela Camille Fournier, autora do The Manager’s Path, e o Will Larson, já citado anteriormente. Ele traz um foco maior em como atuar nesse novo cargo.

3. Liderança técnica: Isso quer dizer que tenho um time?

De forma geral, uma liderança técnica trabalha em um time, porém, não é responsável por ele. Isso quer dizer que a parte de definição de aumento de salário, demissão ou alguma mudança de estrutura não está no escopo de sua responsabilidade.

No entanto, tem o papel de influenciar as pessoas com tais decisões.

4. Qual é a importância de mentorar outras pessoas dentro do meu time?

Como uma liderança é importante sempre pensar em sucessões. Por exemplo, caso eu assuma o papel de Principal, quem ocuparia o papel de Staff Engineer? 

Um outro ponto é a multiplicação do conhecimento além do nível técnico do time. 

Realizar reuniões 1:1 com o objetivo de auxiliar a evolução técnica, pontos a melhorar, dicas de literaturas, pontos a serem melhorados com base em um code review entre outros, faz com que a pessoa mentorada tenha uma evolução muito mais rápida do que se tivesse sozinha.

Uma dica é realizar tais conversas com o time de modo quinzenal ou mensal por trinta minutos. Trazer anotações prévias com pontos além de dicas de modo assíncrono tende a tornar esses encontros ainda mais impactantes.

Quer mais dicas sobre isso? Então leia nosso artigo sobre mentoria de carreira.

5. Qual é a importância do inglês para o Staff Plus Engineer?

Na área de tecnologia o inglês se tornou a comunicação oficial para as novidades e tendências na área. Pode até ser possível viver sem por um tempo, no entanto, para voos maiores esse idioma passa a ser cada vez mais necessário.

O inglês não é apenas uma ferramenta de leitura, mas de interação. É natural que o seu networking cresça e que você conheça e lide com pessoas de outros países/culturas e o inglês te ajudará também nesse ponto. 

Muitas novidades surgem no Twitter, LinkedIn e GitHub. E esses serão os locais mais comuns para tirar dúvidas, contribuir para projetos open source e compartilhar experiências. 

De quebra, acabamos de falar da importância das redes sociais no ambiente de trabalho. Sim, é possível aprender e tirar muito proveito delas para o seu crescimento profissional.

6. Quais as literaturas indicadas para saber mais sobre o tópico?

Nesse ponto quebrarei em duas categorias:

Livros técnicos

Além da sua área de especialização é natural que você precise se comunicar com pares, assim focar em arquitetura de software e nos conceitos básicos vai te ajudar a falar o “engenheirês”. Bons livros para começar são, por exemplo:

  1. Fundamentals of Software Architecture: An Engineering Approach
  2. Software Architecture: The Hard Parts: Modern Trade-Off Analyses for Distributed Architectures
  3. Building Evolutionary Architectures: Support Constant Change
  4. A Philosophy of Software Design
  5. The C4 model for visualizing software architecture

Tentando me limitar a apenas cinco, essas seriam boas recomendações de leitura além dos clássicos que você, provavelmente, já leu e conhece como Domain-Driven Design (DDD), Clean Code, Clean Architecture, os livros de microsserviços do San Newman, além de Refactory do Martin Fowler.

Vale dizer que isso não elimina a necessidade de usar blogs e portais para acompanhar as novidades da área.

Livros diversos

Como já citado, a parte técnica não é o único ponto e/ou habilidade esperada. Conhecimento para realizar um storytelling e uma boa comunicação também são bem esperados. Bons livros para começar são, por exemplo:

A arte de saber comunicar, estrutura ideias e planos e até mesmo um pouco de gestão e como um time funciona são bem importantes. 

7. Me afastarei do código?

A resposta é não, você não precisará se afastar do código, porém, à medida que se progride na área de liderança técnica também é importante olhar o time como um todo, focando em mentoria, melhoria da qualidade de código, além de estratégias tecnológicas.

Em alguns momentos, será necessário codar menor para guiar mais. Dar espaço e multiplicar.

Em outras palavras, o estudo e a constante evolução técnica são necessários, no entanto, não quer dizer que será codigo todo o tempo. Demandará tempo realizando outras atividades.

8. Como me manter atualizado?

Como mencionado anteriormente, como Staff Plus Engineer as atividades de codificação tendem a diminuir. Porém, as atividades técnicas são críticas e é importante se manter próximo e em constante evolução.

Uma boa maneira de estar próximo é realizar code review, PoC ou mesmo participar em projetos open source. Algo que não impacta o time, porém, não pode abandonar a parte técnica.

9. Qual é a maior diferença entre Staff, Principal e Distinguished?

Para responder essa resposta eu indico dois artigos bem legais:

Em resumo: 

  • Staff: Foca no tático, porém, entende e busca um maior entendimento estratégico da empresa. Seu foco é impactar alguns times ao seu redor.
  • Principal: É o elo entre o tático e estratégico. Seu impacto visa uma área ou um produto e, no geral, sua visibilidade vai para toda a empresa.
  • Distinguished: Seu foco é no estratégico. Geralmente, é conhecido por toda uma comunidade, além da empresa, por sua notoriedade técnica. 

10. Quem é responsável por tomar decisões principalmente em cenários que opiniões técnicas não convergem? Liderança ou gestão técnica?

No mundo ideal existe um consenso entre a liderança técnica e a gestão. Porém, esse comum acordo nem sempre acontece. 

É sempre importante deixar claro a diferença entre não entendi com não concordo. Quando os dois lados tentam ao máximo convergir sem sucesso, a palavra final fica com a gestão.

Lembrando que esse recurso deve ser uma exceção, afinal, ter um especialista e não o ouvir é uma falha da gestão tanto quanto o especialista não entender o contexto do negócio. Ou seja, a sincronia entre as áreas é crucial.

Conclusão

Como essa é uma área muito nova é natural que surjam várias dúvidas. Por isso, esse artigo teve o objetivo de responder às perguntas sobre Staff Plus Engineer mais comuns.

Esse tipo de profissional além do conhecimento técnico precisa entender que o software é de pessoas para pessoas e possui pessoas em todo o processo. Assim, as habilidades de comunicação também são necessárias.

E aí, tem outras dúvidas? Então comenta aqui suas perguntas sobre Staff Plus Engineer!

*Caroline Mazzutti também colaborou com o texto “10 perguntas sobre Staff Plus Engineer quando o assunto é evolução da carreira técnica”

Perguntas sobre Staff Plus Engineer: conceito de crescimento de carreira. Flecha subindo. Mão segurando um bloco de madeira com ícone de seta..
Foto Otávio Santana
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