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Debugando equipes de alta performance

Quais são os pontos chave para se ter uma equipe considerada de alta performance? Existem vários fatores importantes na discussão e vamos falar sobre cada um

Recentemente tive a oportunidade de liderar um projeto com uma das equipes de alta performance mais brilhantes tecnicamente que já trabalhei, e que ainda contava com uma sinergia incrível entre eles. Apesar de tudo isso, sempre fiquei pensando que algo ainda faltava, pois mesmo com alta capacidade do time, altos ritmos e rotinas de trabalho, o poder de entrega ainda poderia ser melhor.

Com isso em mente, comecei a observar quais fatores influenciam e são pontos chave para se ter uma equipe considerada de alta performance, já que ótima técnica e sinergia apenas não bastavam.

O significado de alta performance

Para começar, um ponto muito importante que temos que ter em mente é que alta performance não está ligado diretamente a quantidade de horas de trabalho realizado.

Um time de alta performance é aquele que busca se superar a todo momento, que sempre busca seu ponto máximo de eficiência, e uma vez alcançado tal ponto, o transforma em ponto de partida para mais uma superação.

Com esta definição de alta performance em mente, podemos observar que mais do que uma questão técnica, temos uma questão de aspecto comportamental e motivacional na equipe, que vai fazer com que eles busquem sua evolução contínua e quebrem barreiras! Agora temos um norte, um local para colocarmos nosso primeiro breakpoint neste debug!

Breakpoint: fator #pessoa

Vamos começar a entrar então um pouco mais a fundo no que motiva o ser humano, o que ele busca.

A pirâmide apresenta 5 camadas, onde cada uma representa necessidades que precisam ser adquiridas para que cada ser humano se considere “completo”.

De baixo para cima, temos:

  • Necessidades fisiológicas – como comida, água, dormir.
  • Segurança – se sentir seguro, estabilidade de emprego.
  • Necessidade de amor e Relacionamentos – senso de pertencimento e intimidade, como ter amigos, famílias, relacionamentos amorosos.
  • Necessidade de estima – se sentir reconhecido, autoestima, confiança, status.
  • Necessidade de Realização pessoal – considerada a mais complexa necessidade do ser humano, como moralidade, valores, criatividade, etc.

Se trouxermos este “estudo do ser humano” para nossa realidade de trabalho, observando nossa equipe, e até trazendo a análise para nós mesmos, podemos ver que realmente, tudo o que fazemos e buscamos todos os dias está relacionado a atender estes 5 níveis da pirâmide! Como vimos no começo do artigo, motivação é a chave para equipes de alta performance, e identificar o que motiva cada indivíduo da sua equipe, isoladamente E coletivamente, é o caminho das pedras para se atingir esta tão esperada performance.

Trazendo novamente a pirâmide para nosso ambiente de trabalho – desconsiderando o último nível de realização pessoal – como líder ou até a nível de empresa/companhia, temos o poder de facilitar esta “busca” individual da nossa equipe com simples atos, como por exemplo:

  • Fornecer estruturas mínimas de trabalho, como água, comida, uma estação de trabalho confortável, um banheiro limpo para seus funcionários – Necessidades fisiológicas.
  • Permitir o ERRO, passar tranquilidade para a equipe – Segurança.
  • Criar uma boa sinergia entre a equipe, amizade entre o time, fazer um bom team building, happy hour!! – Necessidade de amor e relacionamentos.
  • Dar atenção especial a cada indivíduo, seja por feedbacks constantes, elogios, críticas construtivas, reconhecimentos – Necessidade de estima.

Por mais simples, e até básicos que sejam estes pontos, é muito comum muitas empresas e líderes negligenciá-los, e, consequentemente causar um impacto muito forte em sua equipe, tendo em mãos um time com desempenho medíocre e desmotivado, onde o projeto acaba sendo sacrificado.

Voltando para o topo da pirâmide, entramos na tão temida e complexa “ecessidade de realização pessoal”. Pensando como um líder, você sabe o que cada indivíduo da sua equipe busca para si? Seja profissionalmente oupessoalmente, quais seus objetivos, metas, ambições e onde quer chegar?

Vamos um pouco mais a fundo: você sabe onde quer chegar na vida? A grande maioria simplesmente não sabe qual será seu próximo passo e não existe problema nenhum nisso!

Estamos em constante aprendizado, e a cada dia nossas vidas podem passar por inúmeras experiências que podem mudar o rumo de nossos planos num piscar de olhos. Cabe a nós simplesmente estarmos abertos a mudanças, e o mais importante, sempre fazermos uma autoavaliação do momento.

Olhar para dentro, e identificar pontos positivos e negativos sobre nós mesmos que podemos trabalhar no presente e traçar metas a curto prazo, independentemente de onde queremos chegar.

Pegando este embalo de autoconhecimento, e novamente trazendo para nosso ambiente de trabalho, um bom líder deveria estar sempre tentando se aproximar de sua equipe para tentar entender suas ambições, seus objetivos, identificando e tentando traçar o perfil de cada indivíduo, para poder montar planos de ação para ajuda-los nesta caminhada de realização pessoal/profissional, e utilizar isso ao seu favor, tentando convergir os planos dos indivíduos com as peças necessárias para a realização dos objetivos do projeto.

Como a própria pirâmide mostra, este é o topo da busca do ser humano, então, o que pudermos fazer para identificar o melhor caminho a ser traçado para cada indivíduo, e facilitar a jornada de nossa equipe, damos mais um grande passo para atingir o ápice de motivação, e por consequência, uma alta performance.

Praticamente até este ponto cobrimos o lado “pessoal” do nosso quebra cabeça de equipes de alta performance, mas ainda falta alguma coisa!

Breakpoint: fator #ambiente

Como vimos na pirâmide de Maslow, necessidades fisiológicas, segurança e estima estão diretamente relacionadas ao ambiente de trabalho que uma empresa fornece a seus funcionários, e impacta na motivação da equipe, consequentemente em sua performance.

Investir em tobogãs, piscinas de bolinha e videogames pouco ajuda se a empresa possui uma cultura de medo, onde o erro não é tolerado, um ambiente agressivo entre gestores e equipe, e material de trabalho de má qualidade/ultrapassado.

Talvez para uma equipe medíocre baste, mas aqui estamos discutindo como chegar em um time de alta performance, e para isso, devemos fazer de tudo para que as necessidades básicas sejam sempre atendidas, para que a equipe não precise se preocupar com nada além do seu projeto, e ter liberdade e autonomia para buscar a alcançar seus objetivos.

Você alguma vez já teve que fazer uma demanda super importante, que precisava de 100% do seu foco e atenção, para não perder o raciocínio, e no primeiro “clique” no computador, ele ficou 2 minutos carregando? Pois é, coisas assim são grandes inimigos da motivação e performance. Claro que muitas vezes temos limitações de ambiente de trabalho por diversos motivos, seja compliance ou até verba, porém quando buscamos um time de alta performance, o ambiente tem que estar preparado para deixá-los voar.

Juntando tudo isso, um ambiente considerado propício a equipes de alta performance, uma terra fértil dizendo assim, é aquela onde temos um conjunto de fatores que vão desde uma boa infraestrutura, a uma boa relação entre funcionários e hierarquias, estabilidade, e uma cultura que incentiva inovação e ousadia, dando liberdade e autonomia para as equipes conseguirem romper suas barreiras, sem medo de errar!

Breakpoint – Fator #equipe

Dando uma olhada rápida no dicionário, conseguimos achar a seguinte definição de equipe:

Conjunto de pessoas que se dedicam à realização de um mesmo trabalho.

Se fosse para mudar apenas uma única coisa nesta frase, eu trocaria a palavra trabalho pela palavra propósito!

Vamos aproveitar e dar uma olhada rápida na definição de propósito também:

“aquilo que se busca alcançar; objetivo, finalidade, intuito.”
“aquilo em que a gente se propôs ou por que se decidiu; decisão, determinação, resolução.”

Deu para sentir a força da palavra?

Não tem como falarmos de equipes de alta performance, sem falarmos de propósito! Uma equipe, além de um trabalho, tem que ter um objetivo em comum, uma meta, algo em que todos acreditam, para que juntos não meçam esforços para alcançá-lo!

Mais do que uma tarefa, estamos falando de valor, o fator “uau”, que vai fazer um simples trabalho ultrapassar expectativas e surpreender a todos uma vez concretizado. Busque um propósito verdadeiro dentro de seu time, e veja o brilho nos olhos de cada membro da equipe quando estão trabalhando em algo que eles acreditam! Como falamos inicialmente, motivação é uma das chaves para performance, e indiscutivelmente, não existe motivação sem propósito.

Equipes que se completam

Um outro fator muito importante quando buscamos performance ideal de uma equipe é a composição dela. Preste muita atenção nos diferentes tipos de perfis que a compõe, busque por sinergia e pessoas que se completam.

Um time apenas de especialistas, técnicos brilhantes, pode ter problemas de comunicação, ou até ego. É muito importante mesclarmos diferentes perfis, tendo algumas pessoas pilares de referência com diferentes skills.

Equipes de alta performance é uma equipe autogerenciáveis, autônoma, por isso precisa ter uma composição preparada para resolver qualquer tipo de problema, não só técnicos, mas que envolve até conversar com clientes ou discutir negócios, portanto, mapeie os perfis desejados e monte seu time com precisão.

Breakpoint: fator #gestão

A última peça do nosso quebra cabeça está relacionada a gestão. Falamos muito de equipes autônomas, e é papel do gestor garantir essa autonomia.

Dar autonomia significa ser um líder moderno, confiante, preocupado com o desenvolvimento pessoal da equipe e que entende que os seus funcionários não estão ali apenas para cumprir ordens, mas que eles são motores que vão levar a empresa onde ela quer chegar.

Entregar grandes responsabilidades nas mãos de sua equipe, requer muita confiança por parte da gestão, e consequentemente demonstra que a liderança acredita no potencial do seu time e em sua integridade, sendo mais um fator motivacional, porém tudo isso só dá certo com uma cultura que permite o erro, que as pessoas não tenham medo de tentar, de arriscar, e são sempre incentivadas a ousar e buscar inovação, claro que com muita responsabilidade e embasada em estudos para minimizar possíveis perdas e otimizar resultados.

Trabalhando com mais autonomia, a equipe se sente mais responsável e se une para encontrar soluções para problemas, ao invés de perder tempo encontrando culpados por erros.

Importante ressaltarmos que estamos falando de equipes de alta performance, consequentemente, equipes maduras. Como falamos, precisamos minimizar chances de riscos, portanto sinta sua equipe, analise os diferentes perfis que a compõe, vá soltando aos poucos a responsabilidade e a autonomia até sentir ser o momento ideal de soltar a mão e deixar eles caminharem sozinhos.

Resumindo

Vimos que, com alguns breakpoints conseguimos identificar alguns pontos que têm impacto direto na performance de uma equipe. Fator pessoa, fator ambiente, fator equipe e gestão. O ponto em comum em tudo isso é que TUDO gira em torno de pessoas.

Uma composição de indivíduos, cada um com suas particularidades que devem ser olhadas, trabalhadas, e utilizadas a favor de um mesmo propósito! Aprenda sobre seu time, saiba onde cada um quer chegar, ache o brilho nos olhos de cada um, forneça um ambiente em que eles possam ser livres para voar, e simplesmente deixe!

Debug feito, aparentemente tudo certo, agora é só rodar!

E você, como tem feito parte de uma equipe de alta performance ou gerenciado uma? Vamos conversar nos comentários!

Quer fazer parte de um time fora da curva?

Veja todas as nossas vagas abertas.

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