O World AI Summit 2025, realizado em Amsterdã, trouxe à tona discussões cruciais sobre o papel da Inteligência Artificial (IA) na geopolítica e nas estratégias corporativas globais. Com a presença de líderes tecnológicos e corporações de ponta, o evento destacou a IA como um ativo estratégico essencial para a próxima década.
A busca por soberania em IA emergiu como um tema central, apontando para a necessidade de nações e empresas desenvolverem e operarem suas próprias tecnologias de forma independente.
Este artigo explora as principais ideias discutidas no World AI Summit 2025 e suas implicações para o futuro.
Zup Expedition no World AI Summit 2025
O World Summit AI é um dos maiores eventos de Inteligência Artificial do mundo. Realizado anualmente em Amsterdã, na Holanda, esse foi o nosso segundo ano no evento!
Para acompanhar de perto as inovações e discussões mais relevantes em Inteligência Artificial organizamos uma comitiva composta por clientes, empresas parceiras, pesquisadores do Zup Labs e ainda nosso time de profissionais que atuam em nossa consultoria e no desenvolvimento da nossa plataforma de orquestração de agentes de IA para o ciclo de desenvolvimento de software, a StackSpot.
Confira os destaques da Zup Expedition no World AI Summit 2025 neste vídeo:
IA Soberana: Um imperativo estratégico
O “Sovereign AI” ou “IA Soberana”, em português, refere-se à capacidade de uma nação ou organização de desenvolver e operar suas próprias tecnologias de IA, garantindo independência em relação a terceiros. Isso se torna vital em um mundo onde a inteligência é convertida em poder econômico e autonomia nacional. Durante o World AI Summit 2025, ficou claro que a soberania tecnológica não é apenas uma questão de orgulho nacional, mas uma necessidade estratégica para manter o controle sobre dados, modelos e infraestrutura crítica.
Os Estados Unidos, China e os países na União Europeia estão na vanguarda desta corrida pela soberania em IA com a adoção de abordagens distintas para alcançar seus objetivos:
- Os EUA apostam na força do setor privado, com gigantes como Nvidia e OpenAI liderando a inovação.
- A Europa, por outro lado, busca um equilíbrio entre inovação e ética, com o AI Act estabelecendo diretrizes para o uso seguro da tecnologia.
- Já a China foca na autossuficiência total até 2030, embora ainda dependa de GPUs norte-americanas para treinar seus modelos avançados de IA.
Desafios e oportunidades da soberania em IA
A busca pela soberania em IA não é isenta de desafios. O dilema é que a independência total pode gerar novas formas de dependência, especialmente quando se trata de hardware, nuvem e algoritmos fornecidos por poucos players globais. A solução pode estar na soberania seletiva: escolher estrategicamente o que controlar internamente e o que terceirizar.
Por isso, empresas precisam adotar uma “autonomia inteligente”, identificando quais ativos são críticos, quais são estratégicos e quais são operacionais. Isso orienta investimentos, reduz riscos e constrói uma vantagem competitiva sustentável.
Em última análise, a soberania em IA não é um destino final, mas um exercício contínuo de estratégia e discernimento.
A visão européia de controle estratégico
A Europa representa uma abordagem única no cenário global de IA. No World AI Summit 2025, a UE destacou seu compromisso com o uso responsável, sustentável e ético da tecnologia. O AI Act é uma prova desse compromisso, estabelecendo diretrizes rigorosas para o uso seguro da IA. Apesar das críticas sobre seu potencial impacto na inovação, grandes empresas têm aderido às demandas europeias.
A palestra de Karen Hao, autora de “Empire of AI”, chamou a atenção para o risco de monopólio no controle da pesquisa e desenvolvimento de modelos de larga escala.
Movimento AI for Good: alinhando tecnologia e propósito
Outra discussão significativa no World AI Summit 2025 foi o movimento AI for Good, que promove o desenvolvimento da IA em sinergia com desafios humanos e sociais. Exemplos incluem o uso de IA no setor farmacêutico para descobrir novos medicamentos e no serviço nacional de saúde do Reino Unido para agilizar processos administrativos.
O Brasil está engajado nesse movimento – chamado em português de IA para o bem de todos -, com um plano até 2028 que tem como objetivo fomentar o desenvolvimento de IA focado na superação de desafios sociais, ambientais e econômicos, em alinhamento com a iniciativa da ONU.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) brasileira também desempenha um papel fundamental de governança, assegurando a segurança e o uso responsável dos dados.
Para alinhar tecnologia e propósito, práticas de governança voltadas para uma IA responsável, ecossistemas colaborativos e projetos centrados no ser humano são essenciais. Como resultado, empresas e organizações podem obter vantagem competitiva, gerar valor a longo prazo e fortalecer a credibilidade da marca.
Colaboração inteligente como diferencial competitivo
A colaboração entre humanos e IA foi um ponto central do summit. Em um painel sobre escalabilidade com IA agêntica, líderes discutiram o equilíbrio entre autonomia dos agentes e controle humano para garantir confiabilidade e responsabilidade. A governança orquestrada e o treinamento das equipes são essenciais para criar uma relação de confiança entre humano e tecnologia.
O conceito de “human centric design” também foi explorado, reforçando a importância da supervisão humana em ciclos críticos como treinamento e validação dos modelos. A ideia é assegurar que a IA atue de forma ética e alinhada aos valores organizacionais.

Preparando-se para o Futuro da IA
O World AI Summit 2025 deixou claro que as organizações que investirem na prontidão multimodal das pessoas nesse novo paradigma estarão mais bem posicionadas para capturar valor e inovar. A colaboração inteligente entre humanos e IA pode representar um diferencial competitivo significativo, promovendo aprendizado contínuo, governança eficaz e uma cultura orientada à IA.
O futuro do trabalho será automatizado e colaborativo. A questão é: sua organização está pronta para esse novo paradigma?


