Design Thinking: o que é, como funciona e onde aplicar?

Neste artigo você vai ver:

Há quem diga que é apenas mais uma modinha e quem defenda que é o futuro (ou presente) do design… Seja qual for o seu lado, a verdade é que o Design Thinking está cada dia mais relevante e é importante entender sobre o que se trata. 

Afinal, apesar de recém-chegado ao mainstream, o Design Thinking vem germinando desde a década de 60.

As promessas vão de solucionar problemas complexos até revolucionar toda a forma como pensamos o mundo. Mas, afinal, o que é? Do que se alimenta? Onde vive? Para que serve? Vem com a gente descobrir! 

O que é Design Thinking?

“There’s no single definition for design thinking. It’s an idea, a strategy, a method, and a way of seeing the world.”

Basta uma rápida pesquisa no Google para encontrar centenas de definições sobre o tema — nenhuma, no entanto, é definitiva. Em um cenário mais abrangente, ficamos com a definição de Tim Brown:

“Design thinking is a human-centered approach to innovation that draws from the designer’s toolkit to integrate the needs of people, the possibilities of technology, and the requirements for business success.”

Em outras palavras: Design Thinking é uma forma de pensar que integra o que as pessoas querem, com o que é tecnologicamente possível e economicamente viável. 

O objetivo é esclarecer os desejos das pessoas, as necessidades dos negócios e buscar as melhores formas de conectar ambos com dados e tecnologia.

Por que e quando usar o Design Thinking?

O que há em comum entre trocar o texto de um botão e a proposta de valor de uma empresa? Design! 

A metodologia do Design Thinking estimula uma visão ampla do contexto, ao mesmo tempo que facilita a tomada de decisão. Além disso, testes e análises durante o processo diminuem – e muito – os riscos de fracasso.

De maneira simples, a resposta para essa pergunta seria algo como: utilize Design Thinking para resolver problemas e tomar decisões.‍

Designers em negócios?

Sim! Pode até parecer estranho em um primeiro momento, mas faz todo sentido. 

Entender o comportamento de quem te contrata, antecipar tendências e transformar o complexo em simples são habilidades inerentes ao design. É se colocar no lugar das pessoas para sentir esta experimentação e buscar, de fato, pensar como elas.

A complexidade dos problemas atuais demanda esta exploração. Um comportamento não muito comum entre pessoas de negócios, mas cada vez mais necessário.

O que o design apresenta ao mundo dos negócios é a possibilidade de tomar decisões mais embasadas, assertivas e inovadoras.

Mas, como exatamente? Com métodos e ferramentas, principalmente com olhar curioso e escuta ativa.

Metodologia do Design Thinking

Se você já teve algum contato com Design Thinking provavelmente já viu o duplo diamante. Existem centenas, talvez milhares, de versões — das mais básicas às mais complexas — e você pode até fazer a sua própria.

O padrão, no entanto, é sempre uma etapa de divergência, seguida de uma de convergência:

A imagem está dividida ao meio por uma reta tracejada, abaixo está o título “Divergent and convergent thinking”. Do lado esquerdo, ao centro, está escrito “Diverge: create choices”; além disso, possui duas setas na diagonal, a primeira de baixo para cima e a outra de cima para baixo. Do lado direito, ao centro, está escrito “Converge: make choices”; com duas setas na diagonal, a primeira de cima para baixo e a outra de baixo para cima. As setas de ambos os lados formam um losango.

A ideia é que o processo sempre comece ampliando visões, possibilidades, hipóteses e caminhos. Com isso, se afunile para uma etapa de escolha sobre o caminho a ser seguido. 

Por exemplo: é como se você tivesse planejando uma viagem. Primeiro, você abre todas as opções de destino, conversa com pessoas, círculo de amizades e pesquisa na internet. Depois, com todas as informações, escolhe para onde vai.

Quais as etapas do Design Thinking?

Dois losangos unidos pelo vértice. No primeiro losango, a ponta à esquerda indica o tópico “problem”; na ponta de cima, do lado esquerdo está a palavra “discover” e, no direito, “define”. No meio do losango 1, é possível ver o ícone de uma lâmpada e as palavras “research”, “analyze”, “synthesize”. No vértice dos dois losangos está a palavra “definition”. Na ponta de cima do segundo losango, do lado direito está a palavra “develop” e, do lado esquerdo, a palavra “deliver”. No meio, pode-se ver um ícone de setas formando um círculo, com as palavras “prototype”, “test”, “refine”. No segundo losango, a ponta à direita possui a palavra “solution”.

1. Descoberta

Mais importante que ter uma boa resposta é saber a pergunta certa. Por isso, o começo de todo processo é um momento de descoberta e empatia. A hora de explorar todos os questionamentos e possíveis problemas.

Pesquisas, benchmarks, análises SWOT, entrevistas e muita, muita empatia. O objetivo dessa etapa é gerar muitos insights sobre tudo o que toca o problema — principalmente as pessoas cujos problemas estamos tentando resolver.

2. Definição do problema

Depois de assimilar toda a informação coletada na etapa anterior, é hora de usar os insumos para definir onde atacar primeiro. Para a tomada de decisão, tudo é levado em conta.

A ideia aqui é categorizar os aprendizados e montar um cenário no qual sua equipe e você tenham segurança sobre qual principal problema a ser resolvido e o quão claro ele está para todo mundo. Aqui na Zup, por exemplo, o entendimento de um problema é 50% de sua solução.

Para ajudar neste processo, existem alguns frameworks e métodos de trabalho usados por quem trabalha com UX. Independente de qual caminho será escolhido, é importante que tudo esteja muito bem documentado e organizado. 

É primordial que as decisões sejam colaborativas, pois pensar em Design Thinking aliado às metodologias ágeis pode ser, para muitos casos, o melhor caminho.

3. Ideação

imagem que simboliza a etapa de Ideação no Design Thinking. Nela, temos um balão de ideia e várias mãos de pessoas ao redor, além de elementos gráficos com anotações, como por exemplo, e-mail, growth, estratégia e muito mais.

Mais conhecido como: hora da diversão! Aqui, divergimos novamente, mas com um foco mais definido e já pensando no que será entregue em seguida na fase de prototipação.

Esse é aquele famoso momento dos brainstorms ou — tempestades de ideias. Hora de criar sem medo, sem julgamentos e sem limites. Criatividade não é papel apenas da área de design aqui, todo mundo cria e o mantra é colaboração.

É claro que, com um problema bem definido, claro e específico, fica mais fácil pensar na solução. E talvez por isso essa etapa ganhe todo o crédito de um processo bem maior.

Com ou sem fama, fato é que essa é uma etapa muito importante (além de divertida), que deve estar sempre focada nas pessoas cujos problemas estamos tentando resolver.

4. Prototipação

Imagem que simboliza a fase da prototipação no Design Thinking. Nela, temos um celular e o desenho de telas feitos com papel e caneta ao seu redor, para simular a navegação de um aplicativo ou site em um aparelho smartphone.

Dentre todas as possibilidades criadas, é preciso escolher uma para testar. Calma, você não precisa construir a solução inteira agora. A ideia é, inclusive, o oposto.

Para tornar o processo de decisão mais objetivo e eficiente, você pode contar com a ajuda de frameworks de priorização. Cada um leva fatores específicos em consideração, como alcance, dificuldade, risco, etc.

O principal objetivo dessa etapa é validar se a solução escolhida é realmente a melhor. Para isso, precisamos de um protótipo.‍

A ideia é construir uma pequena parte do que foi proposto, apenas o mínimo para que a solução possa ser validada. ‍

Protótipos podem ser de baixa, média e alta fidelidade — de uma folha de papel desenhada a uma aplicação digital — cada um tem seu papel no processo.

O importante é que seu público, ou seja, as pessoas cujo problema você está tentando resolver, sejam capazes de avaliar se o que está sendo entregue é compatível com a proposta de valor definida na etapa 2.

5. Testes

Na jornada de construção de um produto/solução, os testes são essenciais para aprender mais rápido e minimizar os riscos de fracasso.‍

Essa é uma etapa na qual o fracasso é seu amigo, afinal, descobrir o que não fazer é essencial!

Quanto mais testes, mais rápido você irá descobrir o que o seu público realmente quer e como entregar isso a ele.

Os protótipos podem validar, num estágio ainda inicial, decisões estratégicas e/ou operacionais, por exemplo:

  • Esse é realmente seu público alvo?
  • Seu produto está resolvendo um problema real desse público?
  • Você está conseguindo entregar da melhor forma?
  • A interface é intuitiva?
  • A nova funcionalidade resolve os problemas que queríamos?

Qual o momento certo para usar o Design Thinking?

A melhor hora para usar esse conceito é, especialmente, na criação de novos serviços e produtos, onde é extremamente eficaz pensar a proposta de valor, modelo de negócio, etc. Também é usado para resolver problemas complexos e remodelar projetos existentes.

A metodologia pode ser usada, no limite, para qualquer tomada de decisão em ambientes complexos.

Seja no começo ou no meio do processo, as etapas de divergência e convergência seguem as mesmas. Acompanhando o fluxo de abrir opções, fechar diagnósticos, abrir possíveis soluções e testar protótipos.

Indo além do viés profissional, você pode levar para qualquer tipo de resolução de problema, do pessoal ao social, por exemplo. E, não necessariamente em plataformas digitais, mas também com produtos físicos ou mesmo processos que entregam serviços.

Não há limite para o pensar.

Conclusão

Mais do que uma metodologia, o Design Thinking é um instrumento poderoso de como resolver problemas de pessoas, por mais complexos que sejam, de uma forma eficiente e com baixo risco.

Design não é apenas estética, nem o desenho das telas, design pode (e deve) pensar estratégia, mudar pontos de vista e melhorar a vida das pessoas.

Aqui na Zup, inserimos Design Thinking nos projetos desde o primeiro momento e utilizamos até o seu fim. Acreditamos que a mentalidade de co-criar com clientes é capaz de criar inovação e transformar a cultura de empresas que têm dificuldade em se aproximar de seus públicos.

Deseja se aprofundar ainda mais no assunto? Então leia o livro de Tim Brown.

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