Existem múltiplos caminhos de entrada na carreira dev back-end. Tem quem começou a codar adolescente e quem mergulhou nessa jornada depois de já ter passado por outras tantas experiências.
Seja como for o início da carreira, o caminho é aberto para todas as pessoas. Dessa forma, pensando em quem já descobriu que ama codar, mapeamos algumas das possibilidades de crescimento na carreira de dev back-end neste artigo.
Além disso, ao final do post tem um baita infográfico sobre carreira de back-end que vai te ajudar, de forma visual, a tomar algumas decisões em relação ao seu futuro.
Vamos nessa?
Juniores ou Começando pelo começo
Todo mundo começa por aqui e não seria diferente na programação. Tirando pessoas estagiárias e assistentes, esse é o nível de entrada tradicional.
É nessa fase que você escolhe uma linguagem para começar a estudar. Geralmente, algo que deu início na faculdade, em algum curso ou a linguagem usada no trabalho. Nesse começo também é natural ter contato com os conceitos básicos de desenvolvimento front-end. Afinal, talvez você ainda nem tenha decidido suas preferências, entre back, front e, por que não, full-stack.
Esse momento é essencial para entender os principais conceitos técnicos, a dinâmica de trabalho, boas práticas e boas referências. Além, é claro, de explorar linguagens, frameworks e tudo mais.
O principal ponto para ser uma pessoa júnior é que você ainda não consegue realizar todas as suas tarefas sem ajuda. A parte boa é que, numa equipe, tem sempre profissionais mais seniores para te auxiliar. Nessa fase é extremamente importante desenvolver sua habilidade de comunicação – afinal, será comum pedir ajuda a colegas.
Dica: não tenha medo de errar, experimentar, tentar novas linguagens, e, principalmente, de perguntar.
Entenda neste outro artigo as linguagens utilizadas no desenvolvimento Back-end.
Já é hora de virar Dev Back-end Pleno?
A maior diferença para uma pessoa júnior, é que devs em cargos plenos tem mais autonomia. Dessa forma, você não sabe como fazer tudo, mas já sabe onde buscar informação – o que pode funcionar ou não – e já consegue até ajudar colegas um cargo abaixo.
Em outras palavras, você não tem responsabilidade pela entrega da equipe, mas já consegue se virar sem ajuda de outras pessoas.
Dica: se desafie, tente sempre uma tarefa um pouco mais complexa. Ah, a partir daqui também já é interessante ir percebendo suas aptidões em termos de hard e soft skills.
Como saber se já sou sênior?
Você já pesquisa informações com maestria, sabe o que está fazendo. Pode não saber tudo, no entanto, vai com certeza saber quem ou onde encontrar o que precisa.
Agora, além de autonomia você já começa a ter certa responsabilidade pelas entregas do time (contando ainda com tech lead em muitos casos). Consegue ajudar devs plenos e juniores, faz code reviews e serve de referência e apoio para a pessoa na posição tech lead.
Sênior aqui, Pleno alí – e a regra de cada empresa
Mudanças de nomenclatura de senioridade em diferentes empresas são muito comuns. Em primeiro lugar, por uma diferença de tecnologia, ou seja, com determinada tecnologia você era sênior, mas o novo emprego exige uma outra stack na qual você é pleno.
Por outro lado, o motivo pode se atrelar a questões de soft skill, ou seja, embora tenha conhecimento técnico, ainda falta maturidade em questões de relacionamento interpessoal. Ou, ainda, mudanças por questões de faixa salarial x cargos estabelecidos.
A verdade é que cada empresa tem uma regra para o que considera júnior, pleno e sênior e nem sempre é possível saber com antecedência. Nosso conselho é conversar sobre isso nas etapas mais avançadas da entrevista e alinhar expectativas.
Sou dev back-end sênior, e agora?
Geralmente, é possível trilhar um caminho linear até aqui. Portanto, vale lembrar que o tempo para isso depende muito da trajetória de cada um, oportunidades e comprometimento.
Agora, com alguns bons anos de experiência, você provavelmente já está de olho no próximo passo, certo?
Ou seja, embora existam algumas possibilidades, esse caminho se bifurca em dois principais: especialização técnica ou gestão de pessoas e projetos.
Aproveito para deixar o episódio #41 do podcast da Zup, o Zupcast, que fala um pouco sobre o que significa ser uma pessoa desenvolvedora sênior.
Quero seguir o caminho técnico
Você tem paixão por codar, resolver bugs, entregar códigos e quer se aprofundar cada vez mais na área técnica. Dessa forma, seu futuro é no sentido de tornar-se uma pessoa arquiteta de soluções e/ou consultora.
Ambos os cargos exigem um altíssimo conhecimento técnico, muito aprimoramento de hard skill e carregam alta responsabilidade.
Para além de saber codar, quem trabalha com arquitetura de soluções tem a responsabilidade de montar uma estrutura sobre a qual todas as outras pessoas programadoras do projeto vão trabalhar.
Já pelo lado da consultoria, espera-se que a pessoa profissional detenha conhecimento técnico suficiente para analisar, diagnosticar e dar suporte sobre a arquitetura de projetos. Em suma, além de responsabilidade, é necessário muita confiança e autoridade.
Apesar de não requerer tanta soft skill (quanto cargos de gestão), comunicação é sempre essencial. Isso fica claro na hora de passar conhecimento para o resto do time e se comunicar com as pessoas responsáveis pela parte de negócio.
Apesar de ser um caminho com poucos passos (ou cargos), é possível conquistar bastante prestígio e se estabelecer como referência no mercado. Existem poucas pessoas com tanta bagagem e muita gente precisando desse conhecimento.
Recentemente, mais um caminho de carreira para devs tem surgido: Staff-Plus Engineer: evolução da carreira técnica após sênior. Onde a pessoa tem status de especialista e não gere times.
Meu time, minha vida
Sua outra opção é guiar sua carreira para cargos mais próximos de gestão de pessoas. Após atingir determinado conhecimento técnico (que não precisa ser sênior), você já pode considerar usar suas soft skills para gestão e liderança. No caso de uma pessoa programadora back-end, esse seria o caso para se tornar Tech Lead.
Tech Lead
Obviamente é preciso ter um bom conhecimento técnico. Por outro lado, para além de ser a referência técnica do time, quem está na cadeira de tech lead é responsável pela comunicação com outras equipes, pela entrega do time e é o ponto focal de tudo o que é externo.
Ou seja, é quem vai interagir com outros stakeholders, entender as dores do negócio, negociar backlog, etc.
Além disso, também pode, por exemplo, ser responsável por fazer as code reviews (a depender da maturidade do time), trabalhar em conjunto com a pessoa arquiteta e fazer a gestão humana da equipe.
Certamente, esse é um papel que exige um desenvolvimento muito maior das suas soft skills. Comunicação, gerenciamento de crises, saber lidar bem com pressão e ajudar cada um do time a se desenvolver.
Ser um boa liderança/gestão é uma tarefa extremamente complexa, que exige muita dedicação e que não necessariamente foi desenvolvida no começo da carreira de dev back-end. Consequentemente, pode se apresentar como um grande desafio.
Em contrapartida, quando falamos em cargos de gestão o céu é o limite. Dá pra chegar até um CTO (Chief Technology Officer) e até entrar com sociedade em empresas de tecnologia, por exemplo.
Tem mais opções?
Certamente! Durante sua trajetória é possível se desviar para uma área mais voltada a negócios ou de processos. É o caso de devs que viram analistas de negócios, scrum masters, agilistas, designer de serviços, analista de testes, etc. Ainda flertando com código e/ou gestão, mas não necessariamente lineares.
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Codar ou gerir, eis a questão?
Não existe um momento específico onde seja necessário escolher qual caminho trilhar. A questão é muito mais sobre suas aptidões e vontades do que sobre o momento. Uma pessoa desenvolvedora pleno pode decidir se aprofundar em gestão, assim como uma pessoa arquiteta.
A diferença é que, uma vez escolhido o caminho de pessoas, fica mais difícil (mas não impossível) voltar para a carreira técnica. Em outras palavras, essa decisão precisa ser tomada com bastante consciência, especialmente sobre seus gostos e aptidões.
Vale dizer ainda que tanto tech lead quanto quem trabalha com arquitetura tem alta responsabilidade e há lugares onde apenas uma pessoa ocupa os dois papéis.
Não existe receita de bolo para essa decisão. A gente sabe que essa conversa parece balela, mas a verdade é que é preciso bastante autoconhecimento para enxergar em si mesmo.
Infográfico de carreira dev back-end da Zup
Vale lembrar que as melhores pessoas desenvolvedoras têm a capacidade de colaborar significativamente é uma qualidade fundamental, independente dos caminhos e desafios da carreira.
Abaixo, deixo um infográfico básico, porém bem ilustrativo para você entender os caminhos e desafios da carreira dev back-end.
Além disso, caso você tenha a possibilidade, é interessante pedir ajuda a profissionais de carreira (aqui na Zup a gente chama de Business Partner), capaz de analisar seu perfil e te ajudar a tomar essas decisões.
Ao infinito e além (ou conclusão)
Como profissionais de excelência técnica, é preciso entender que existe um limite de crescimento vertical – o que hoje seria equivalente a uma pessoa consultora ou arquiteta sênior.
Quando o assunto é gestão, o teto é mais alto, podendo chegar a cargos como CTO ou VP de tecnologia.
Mas atenção: não se deixe levar por uma ambição de cargos. Seguir para a área de gestão também significa que, a médio prazo, é possível que você deixe de botar a mão em um código. Você estaria ok com isso? Vale a reflexão…
Esperamos que esse artigo te ajude a fazer as perguntas certas e a crescer na carreira de dev back-end.
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