Muita coisa já foi escrita sobre a síndrome do impostor que, mesmo não sendo classificada como doença mental, é muito discutida.
Mas será que a síndrome do impostor é uma desordem psicológica ou é apenas o resultado de uma dívida do impostor? Será que esta síndrome causa os sintomas que se manifestam ou, pelo contrário, é mais um sintoma resultado das nossas ações?
É sobre isso que vamos nos aprofundar neste artigo!
Mas afinal, o que é Síndrome do Impostor?
Existem várias abordagens tentando explicar o que é, como identificar, o que fazer quando sentimos essa ansiedade…
Provavelmente todos concordamos em dizer que a síndrome do impostor é um padrão psicológico no qual um indivíduo duvida de suas habilidades, talentos ou realizações e tem um medo persistente internalizado de ser exposto como uma “fraude”.
Nos últimos anos a Síndrome do Impostor passou a ser mais debatida, mas engana-se quem pensa que isso é uma novidade. Na verdade, o primeiro estudo sobre o assunto e que lançou o nome Síndrome do Impostor é de 1978 e foi feito pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes.
Pessimismo Defensivo e a Síndrome do Impostor
A abordagem frequente, é que pessoas que sofrem da síndrome do impostor geralmente acham que, quando atingem um determinado sucesso, não deveriam estar ali. Elas acreditam que aquilo foi devido a fatores externos como sorte ou o famoso “estar no lugar certo, na hora certa”, mas que não tem a ver com competência e conquistas pessoais.
Por causa dessa insegurança, elas apresentam alguns comportamentos tais como, por exemplo:
- sentem que precisam se esforçar demais;
- medo de se destacar e expor;
- adiantamento de tarefas;
- auto-sabotagem;
- comparação com outras pessoas;
- vontade de agradar a todo mundo;
- e muito mais.
Além disso, essas pessoas geralmente sofrem com estresse e ansiedade por achar que, de repente, podem ser desmascaradas e na sequência, descartadas.
Algumas atitudes podem ajudar a reduzir essa ansiedade como, por exemplo:
- Ter alguém mais experiente e confiável para pedir opiniões e conselhos sinceros.
- Aceitar seus defeitos e pontos de melhorias;
- Aceitar também suas qualidades;
- Evitar se comparar às outras pessoas;
- Respeitar as próprias limitações
- Entender que falhas podem acontecer a qualquer pessoa.
- Encontrar motivação e satisfação em um trabalho de que goste.
Dívida do Impostor
Uma abordagem diferente explica que cada pessoa assume uma dívida de impostor quando pede um empréstimo de sua hipotética (ou não) “conta de proficiência”.
Seguem alguns exemplos demonstrando como isso funcionaria:
– Negativamente
- Quando alguém lhe explica algo e depois pergunta se você entendeu e você diz “sim“, mesmo que não tenha entendido totalmente. Assim, você acumula dívidas de impostor.
- Cada vez que você encontra um problema, tenta soluções aleatórias e quando uma delas funciona (ou pior, quando o problema se resolve de alguma forma) você fala “ah, não foi nada”, sem nunca investigar mais. Assim, você acumula uma dívida de impostor.
- Quando alguém pergunta se você pode fazer algo e você diz “claro” em vez de dizer “nunca fiz algo assim antes, mas fico feliz em tentar”. Assim, você acumula uma dívida de impostor.
– Positivamente
- Quando você faz perguntas “idiotas” até que realmente entenda um conceito ou tarefa. Assim, você paga a dívida do impostor.
- Cada vez que você investiga um problema até descobrir a causa raiz e, em seguida, consegue resolvê-lo com precisão cirúrgica. você paga a dívida do impostor.
E assim por diante…
Em outras palavras, sempre que você se comporta como um impostor, você assume uma dívida de impostor. Já quando você se comporta com transparência, você paga algumas dívidas (ou mesmo obtém algum crédito positivo em seu saldo).
Quanto mais dívida de impostor você assumir, mais intensa será sua síndrome de impostor. Dito de outra forma: a síndrome do impostor é o indicador de que sua dívida do impostor cresceu muito e está vencida.
Comparativo: síndrome do impostor X dívida do impostor
As duas abordagens são bem diferentes, pois de um lado somos vítimas e do outro somos culpados pelo que sentimos.
Na primeira abordagem, a síndrome do impostor, o ideal seria buscar formas de eliminar (ou pelo menos reduzir) o sentimento de ser uma fraude. Por exemplo, buscar material informativo, participar de rodas de conversa e até fazer sessões de terapia para compreender melhor suas competências.
Já, na segunda abordagem, a dívida do impostor, apesar de não ser o único fator relacionado à síndrome do impostor, parece ser importante o suficiente para curar sua síndrome quando tratada.
A realidade deve ser uma mistura das duas abordagens, pois é importante ter controle das nossas emoções e das nossas atitudes. Ainda mais em uma época onde as redes sociais destacam cenários de sucessos. É difícil, mas é preciso ter humildade para enxergar nossas fraquezas e assumi-las no lugar de escondê-las.
Seguem algumas recomendações que, quando transformadas em hábitos, podem ajudar com esse sentimento de não pertencimento:
- Reserve um tempo para entender de verdade as ferramentas com as quais trabalha.
- Faça mais perguntas quando você não tiver certeza de que entendeu um tópico, um requisito ou algo realmente importante.
- Seja positivo quando alguém perguntar se você pode fazer algo quando não sabe como e transparente sobre as possíveis lacunas que possa ter.
Conclusão
Cada um lida com a síndrome do impostor de forma diferente e conseguir entender o que pode ter causado esse sentimento de inadequação pode ser muito útil.
Por exemplo, estudar sobre Inteligência Emocional pode ser o primeiro passo para você sair deste círculo vicioso. Inclusive, é importante realizar atividades que melhorem a autoestima e promovem autoconhecimento.
E você? O que achou dessas abordagens? Considera que a síndrome do impostor é uma desordem psicológica ou é o fruto das nossas ações?
Conte para nós nos comentários!
Referências:
- Portal Tua Saúde – Síndrome do impostor: o que é, como identificar e o que fazer.
- Isaac Hagoel em Dev.to – Impostor Syndrome and Impostor Debt.