Habilidades em computação em nuvem: o que devo dominar?

Neste artigo você vai ver:

Já pensou quais são as principais habilidades em computação em nuvem que profissionais devem estar acompanhando?

De acordo com a Cloudreach, uma empresa da Atos OneCloud, 70% das lideranças consultadas ​​internacionalmente entendem a escassez de profissionais com habilidades específicas como uma preocupação altamente relevante

Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre as principais habilidades em computação em nuvem para dominar!

Principais habilidades em computação em nuvem

A computação em nuvem veio para ficar e se mantém presente em todos os aspectos de nosso cotidiano profissional e pessoal. 

Isso significa uma crescente procura por profissionais com qualificação em diversos domínios dentro deste cerne, incluindo engenharia, segurança e gerenciamento de banco de dados, por exemplo.

Se tudo isso ainda não te convenceu a aprender mais sobre o tema, recentemente a computação em nuvem foi classificada como o serviço tecnológico mais procurado pelo LinkedIn, ao lado de inteligência artificial e big data. 

Agora vamos conhecer algumas das principais habilidades em computação em nuvem para dar um boost na sua carreira:

Capacidades de integração

De acordo com o State of the Cloud Report, gerado pela Flexera em 2023, 87% das organizações entrevistadas têm uma estratégia multi-cloud, onde 72% possui uma abordagem híbrida, ou seja, utilizando nuvens públicas e privadas em conjunto.

Gráfico sobre organizações que têm uma estratégia multi-cloud, no gráfico em forma de rosca podemos conferir: 87% multi-cloud, 11% single public e 2% single private. A partir da porcentagem de multi-cloud, temos um gráfico de barra com 72% hybrid cloud, 13% multiple public e 2% multiple private.

As formas pelas quais as organizações chegam ao multi-cloud variam muito, pois depende de suas necessidades, assim como da combinação de provedores escolhidos, onde a maioria prefere adotar uma abordagem híbrida, combinando o uso de nuvens.

O grande desafio está na habilidade de combinar tudo isso para que os dados possam fluir facilmente entre os sistemas, independente de onde estejam hospedados.

Visto a importância da integração para o sucesso da nuvem, vamos conhecer um pouco mais sobre multi-cloud, nuvem híbrida e, na sequência, sobre as principais plataformas de serviços em nuvem.

Multi-cloud

Diferente do que era pensado antigamente, hoje, acredita-se que usar simultaneamente a tecnologia multi-cloud AWS, GCP e Azure, por exemplo, é uma ótima maneira de aproveitar as vantagens e os melhores custos de cada um deles.

Com base no tipo de aplicação e do workload a ser implementado, conseguimos maximizar as vantagens de cada um dos provedores de nuvem obtendo o melhor desempenho em sua aplicação, fornecendo a possibilidade de implementação de nossa infra em mais locais e, desta forma, oferecendo uma ótima resiliência.

Atuar em um ambiente como esse nos exige habilidades ao projetar, implementar, controlar custos e gerenciar disponibilidade. Temos o desafio de gerenciar múltiplas contas e ambientes, no entanto, existem ferramentas que nos auxiliam a gerenciar a infraestrutura de nuvem multi-cloud, como o Terraform.

Nuvem híbrida

Em nosso leque de habilidades relacionadas à capacidade de integração, temos a nuvem híbrida, com uma representatividade de quase 3/4 do mercado, como mostrado na imagem abaixo.

Imagem 2 do conteúdo sobre "habilidades em computação em nuvem", onde há um gráfico em formato circular de intersecção entre nuvem pública e privada em três cores, em azul está 96% public e em roxo 76% private. Em azul está public cloud only com 24%, 72% hybrid em azul escuro e 4% private cloud only em roxo.

Por mais que a nuvem pública tenha muitos benefícios, ela de maneira solo não se adequa a todos os cenários, visto que muitas empresas, ao migrar de um ambiente para o outro, podem precisar manter o convívio entre público e privado por um longo período de tempo ou, até mesmo, devido ao investimento em infra no passado decida estrategicamente a deixar parte operando lá.

Com isso a nuvem híbrida ganhou muita popularidade nos últimos anos, seja para empresas que têm alguma restrição em levar sua infra totalmente, ou até mesmo para aquelas que têm que conviver por um tempo com os dois ambientes, devido ao enorme tamanho do projeto de migração para a cloud.

O modelo de nuvem híbrida proporciona o convívio dos dois ambientes sem causar nenhum impacto nos serviços disponibilizados, ou seja, determinados elementos são mantidos em servidores locais ou em uma nuvem privada dedicada, enquanto os aplicativos criados já modernizados (ou os menos sensíveis) são migrados estrategicamente para a nuvem pública.

Plataformas de serviços em nuvem

A fim de melhorarmos nossa habilidade de integração, devemos obter uma compreensão do mercado, se possível conhecer as principais plataformas de computação em nuvem, pois cada qual se destaca com seus pontos fortes e possuem sua própria estrutura de custos.

Inclusive, ser capaz de apontar os prós e contras de cada plataforma nos ajuda a selecionar a melhor opção para atender a uma necessidade específica.

Liderando o ranking de provedores, temos a Amazon Web Services (AWS), com uma margem considerável para os próximos colocados. Em segundo e terceiro estão o Microsoft Azure e o Google Cloud Platform (GCP) consecutivamente, que possuem mais da metade do mercado.

Atrás destas empresas dominantes em quarto lugar temos Alibaba Cloud com 6%, em seguida: Oracle Cloud, IBM Cloud e Tencent Cloud com 2% cada uma.

#Provedor CloudMarket Share
1Amazon Web Services (AWS)33%
2Microsoft Azure22%
3Google Cloud Platform (GCP)10%
4Alibaba Cloud6%
5Oracle Cloud2%
6IBM Cloud (Kyndryl)2%
7Tencent Cloud2%
8OVH Cloud<1%
9DigitalOcean<1%
10Linode (Akamai)<1%

Importante relatar que a AWS manteve sua participação de mercado na faixa de 30% nos últimos cinco anos. Assim como o Microsoft Azure tem ganhado espaço agressivamente neste mesmo período, subindo aproximadamente 10%. A Google Cloud também vem aumentando constantemente sua participação em comparação a cada ano anterior. 

Imagem 3 do conteúdo sobre "habilidades em computação em nuvem", onde há um gráfico de linhas sobre provedores de cloud, nele está como o principal o Amazon, others, Microsoft, Google, Alibaba e IBM.

Pensamento estratégico

Agora que conhecemos um pouco mais sobre os desafios da capacidade de integração, precisamos explorar o pensamento estratégico.

Afinal, na jornada de migração para nuvem, nos deparamos com muitas variáveis e temos de contornar da melhor forma possível as diversas questões relacionadas a segurança, conformidade/regulamentação, custos, e encontrar o melhor ambiente.

A capacidade de analisar todos esses elementos requer fortes habilidades analíticas e uma mentalidade estratégica, que permeia responsabilidades entre CIOs até alguns team members da estrutura. 

Para se ter ideia, temos desafios relacionados a implementar planos que concorrem com o cumprimento de metas previamente articuladas com base no entendimento dos objetivos organizacionais, assim como analisar as tecnologias de nuvem disponíveis e emergentes que poderiam dar suporte a esses requisitos e criar novas oportunidades.

Liderança

Conforme as organizações colocam em prática o planejamento estratégico a fim de alcançar seus objetivos, as pessoas altas executivas precisam de líderes com capacitação e alinhamento à estratégia.

Importante destacar que as funções de liderança abordadas aqui não são apenas no cerne de gerenciamento de pessoas, pensando em uma carreira Y, os dois papéis tem o mesmo peso, onde precisamos também de profissionais especialistas seniores capazes de tomar decisões de tecnologia.

Em resumo, essas lideranças orientam a equipe a manter a jornada da nuvem alinhada a de transformação da organização, com o propósito de que todos os investimentos realizados atinjam a melhor eficiência.

Arquitetura

A arquitetura de TI é um elemento básico desde o início dos tempos e, com a evolução para cloud, esta função se mantém relevante, desempenhando um papel importantíssimo no crescimento estratégico de um negócio neste ambiente.

Com base na experiência em projetar, implementar sistemas/serviços e no provisionamento de servidores, além do entendimento das necessidades da organização, pessoas arquitetas atuam no planejamento e nas decisões a fim de alcançar os objetivos do negócio.

Segurança e conformidade

Em ambientes de computação em nuvem, como em qualquer outro ambiente de TI, a segurança é uma função absolutamente essencial, uma questão importante e altamente delicada a ser trabalhada – pois pode ser uma das principais dificuldades para as organizações avançarem em suas implantações de nuvem.

Um espelho disso é que a segurança em nuvem preocupa 81% das pessoas entrevistadas, sendo uma habilidade obrigatória na equipe de TI, segundo relatório da Flexera. 

Estes profissionais de segurança essencialmente devem compreender as especificidades associadas à nuvem, para que possam gerenciar adequadamente as possíveis ameaças, vulnerabilidades e riscos, protegendo o ambiente adequadamente.

Em um cenário cada vez mais competitivo no mercado, temos de garantir a confidencialidade, integridade e disponibilidade (CIA), onde a violação ou perda de dados pode ser devastadora financeiramente e para a sua reputação, nos exigindo conhecimentos em:

  • criptografia dos dados;
  • controle de acesso adequado; 
  • conformidade com os padrões e controles de segurança internos;
  • quaisquer requisitos regulatórios.

Para continuar estudando sobre o tema, temos um vídeo sobre Segurança em Nuvem AWS com foco em prevenção, detecção e monitoramento. Assista no nosso canal do YouTube:

Gerenciamento de custo e carga de trabalho

Habilidades fiscais são cada vez mais essenciais para estratégias de computação em nuvem bem-sucedidas. Já que na governança dos custos com nuvem, levamos em conta a sua elasticidade e gama de preços distintos, o que a torna significativamente mais sofisticada do que gerenciar despesas em servidores locais ou alocados.

Além do desafio de monitorar e gerenciar os custos da nuvem, a fim de encontrar e reduzir desperdícios, temos de compreender as implicações de custo das licenças de software na nuvem e otimizar o uso dos recursos existentes.

A disciplina FinOps agrega a capacidade de gerenciar as despesas da nuvem, determinando e monitorando a estimativa de custo e carga de trabalho. Identificando e estabelecendo limites, visando mitigar o risco de incorrer em custos imprevistos ou eliminando funcionalidades não utilizadas, por exemplo.

Desenvolvimento e operações (DevOps)

Em ambientes de nuvem, equipes de desenvolvimento e suporte a operações trabalham em conjunto, quebrando silos do passado. E é DevOps que harmoniza a integração das atividades de desenvolvimento e operações em todo o ciclo de vida de desenvolvimento de software. 

Essa abordagem elimina gargalos, reduzindo significativamente o tempo de implantação em ambiente produtivo e envolvendo o uso de serviços de Continuous Integration/Continuous Delivery (CI/CD) na nuvem, bem como observabilidade e monitoramento de operações.

Inclusive, CI/CD é um tema que já apareceu no nosso canal do YouTube. Confira a live sobre o tema:

Infrastructure as code

Quando falamos em implantação e gerenciamento de recursos de nuvem, infraestrutura como código (IaC) surge como uma habilidade importante a ser entendida. 

Profissionais de engenharia de nuvem precisam ter um ótimo domínio sobre o tema, pois através do IaC conseguimos definir de forma programática os recursos de nuvem, assim como a sua configuração para o estado desejado em uma implantação de serviço.

Além de aumentar a velocidade das implantações, elimina desvios de configuração, reduzindo erros e melhorando a consistência da infraestrutura, onde temos diversas ferramentas de gerenciamento de configuração e automação do servidor, tais como a AWS CloudFormation, Red Hat Ansible Automation Platform e Saltstack.

Entre as mais utilizadas, temos o HashiCorp Terraform, que possui a própria linguagem de configuração, conhecida como HCL ou HashiCorp Configuration Language.

Nesse vídeo abaixo, apresentamos muitos dos tópicos citados até aqui, como IaC e DevOps, acompanhe o conteúdo:

Linguagens de programação

Caso o desenvolvimento de software seja uma área de interesse, a criação de sistemas implantados em nuvem nos exige conhecimento nas principais linguagens de programação.

Entre as linguagens de programação mais comuns encontradas nestes ambientes estão Java, NodeJS, JavaScript, .NET, GoLang e Python, mas não podemos descartar a possibilidade de atuar com o desenvolvimento de aplicativos baseados em banco de dados – que requerem familiaridade com SQL e conceitos de estrutura.

Banco de dados

Peça-chave no desenvolvimento de software, o banco de dados se torna um dos recursos atualmente mais utilizados na nuvem, seu alto grau de escalabilidade e disponibilidade favorece esse caminho.

Com base na necessidade do mercado, os provedores de nuvem disponibilizam em seu leque de serviços diferentes tipos de serviços de banco de dados, que vão de banco de dados convencionais, como os relacionais, até os bancos NoSQL e graph database (GDB). 

Assim, possuir o entendimento de cada um dos tipos de banco de dados existentes, assim como a sua aplicabilidade, nos ajuda a desenhar melhores soluções ao planejarmos nosso software.

Storage

Assim como o banco de dados, Storage ou armazenamento em Nuvem é um serviço que se destaca muito devido suas características: facilidade de implantação, alta acessibilidade, confiabilidade e backup/recuperação de dados, com um custo-benefício considerável.

Devido a sua importância na engenharia de software, precisamos ter um entendimento profundo de como cada tipo de armazenamento em nuvem funciona, pois nos auxilia na decisão de qual se encaixa melhor à nossa necessidade, com base no tipo de dados e em seu volume empregado.

Gerenciamento de rede

Visto que nossos serviços estão em nuvem, é natural precisar ter conhecimento dos conceitos básicos de rede, pois os recursos são conectados entre eles, desde escala menor em uma subnet até integrações mais complexas entre locais fisicamente distantes em integrações híbridas ou multi-cloud.

Redes virtuais são muito utilizadas com diferentes abordagens para habilitar a conectividade entre recursos ou até mesmo entre provedores distintos de nuvens, o que nos requer habilidades em rede.

Contêineres

Os contêineres nos fornecem mecanismos de empacotamento no qual os aplicativos podem ser abstraídos dos ambientes em que estão sendo executados, esse processo de desacoplamento permite uma implantação de forma mais rápida e consistente.

As principais plataformas de nuvem disponibilizam serviços de contêiner baseados em Docker e Kubernetes, por exemplo, para ajudar as organizações a gerenciar implantações, se tornando fundamental que profissionais de nuvem entendam como elas funcionam.

Orquestração de nuvem

Em ambientes complexos em nuvem, temos muitos cenários que dependem de diversos serviços trabalhando juntos e fazer isso manualmente pode não ser a melhor opção, aqui que a orquestração em nuvem nos apoia nessa tarefa.

A orquestração em nuvem envolve a automação e coordenação de várias tarefas em vez de apenas uma. Ter as habilidades para configurar essa configuração corretamente é outra capacidade de nuvem superior.

A orquestração fornece as ferramentas necessárias para criarmos tarefas automatizadas e independentes. Estes mecanismos apontam o caminho para que a gestão em nuvem seja feita com velocidade, automatização, integração e custo adequado.

Serverless

Com este modelo de desenvolvimento nativo em nuvem podemos criar e executar aplicações sem o gerenciamento de servidores, por isso o nome Serveless. Apesar dos servidores ainda serem usados nesse modelo, eles são totalmente abstraídos do desenvolvimento de aplicações.

Também chamados de funções como serviço, o Serverless permite que a organização tenha um controle muito rígido sobre os custos, pois uma função só é executada quando for acionada efetivamente, em vez de estar o tempo todo disponível como um contêiner, por exemplo.

Quer saber mais sobre Serverless? Acompanhe esse vídeo que explica de forma direta sobre o assunto:

Testes de desempenho, métricas e análises

Além de todas as métricas de qualidade que apoiam a entrega de software, com a nuvem temos de validar o desempenho dos ambientes, estressando a eficiência como tudo está operando, revelando áreas para potencial melhoria iterativa.

Não basta ter testes, sem métricas e análises apuradas para entender o desempenho de um determinado serviço ou aplicativo em nuvem, apenas com experiência neste elemento-chave e a compreensão de quais métricas devem ser aplicadas a serviços de nuvem específicos, o nosso software pode se destacar.

Machine learning e AI

Ter uma compreensão firme dos fundamentos da AI (Inteligência artificial) ​​e do aprendizado de máquina (Machine Learning) se torna essencial para ambientes em nuvem, principalmente por serem habilidades escassas e altamente procuradas.

As principais plataformas de nuvem pública fornecem serviços de IA e aprendizado de máquina, com um conjunto de tecnologias como redes neurais artificiais, algoritmos e sistemas de aprendizado. 

O objetivo é imitar capacidades mentais humanas, tais como: raciocínio, percepção de ambiente e capacidade de tomada de decisão, que auxiliam na resolução de uma série de problemas.

Conclusão

Até aqui, você pode conferir que existem muitas maneiras de começar sua carreira em computação em nuvem e que a área é muito promissora – nos artigos anteriores, você percebeu a quantidade de vagas e de oportunidades salariais.

Para mergulhar nessa área, precisamos criar uma base sólida de conhecimentos sobre os principais conceitos, entender sua aplicabilidade de mercado e aprimorar as habilidades em computação em nuvem e ferramentas com determinadas tecnologias e plataformas. Sempre acompanhando as novidades e tendências do mercado.

A gente espera que tenha curtido o conteúdo sobre “Habilidades em computação em nuvem”! Conte o que achou nos comentários abaixo e continue aprendendo sobre desenvolvimento navegando pelo nosso blog.

Referências

Imagem capa do conteúdo sobre "Habilidades em computação em nuvem", onde é possível ver uma pessoa digitando em um notebook, onde sai um holograma com algumas imagens, entre elas, a nuvem.
foto - Danilo Masotti
Engineering Manager
Apaixonado por tecnologia, inovação e transformação digital. Em constante aprendizado, com intuito de disseminar conhecimento, de forma a impactar positivamente as pessoas ao redor, assim como o mercado de TI.

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